Aumentou muito o movimento de consultas nas agências de viagens argentinas, depois do anúncio da reabertura de fronteiras.
Ficar em casa – ou no país – na próxima temporada de férias? Para os argentinos, nem pensar.
Mal saiu o anúncio da progressiva reabertura das fronteiras argentinas para fins turísticos, as agências de viagens do país receberam uma avalanche de consultas sobre preços e ofertas em destinos brasileiros, noticia o portal El Territorio.
Embora ainda faltem definições quanto aos protocolos, até mesmo os que o Brasil vai exigir dos turistas argentinos, “começou o movimento das agências para os novos destinos de verão, a nível internacional”, disse o presidente da Associação Missioneira de Agências de Turismo, Héctor Dopazo.
Segundo Dopazo, os moradores de Misiones habitualmente veraneiam em praias brasileiras, como em Camboriú ou Itapema. A reabertura da fronteira entre Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu vai permitir que eles façam a viagem inclusive de carro ou ônibus.
Por enquanto, muitos argentinos estão aproveitando os benefícios que o governo oferece para viagens dentro do próprio país, com programas como o Previaje.
ATÉ NA PANDEMIA
Mas o hábito de viajar a praias brasileiras não desapareceu com a pandemia. Pelo contrário. Beatriz Franco, da agência Batia Viajes e Turismo, disse a El Territorio que, ainda durante a pandemia, houve consultas sobre destinos no Brasil, para o próximo verão, apesar da incerteza em relação às fronteiras.
“Agora, houve um reviravolta total, e estão sendo registradas consultas, principalmente para o Nordeste brasileiro”, informou. A expectativa é que os primeiros pacotes para as praias sejam registrados entre o final de janeiro e fevereiro.
“Há ligações (por informações) para Camboriú, mas não são massivas como costumavam ser”, disse ainda a agente de viagens.
Mas, por enquanto, as agências estão vendendo bem viagens para destinos na própria Argentina, o que inclui Puerto Iguazú, um dos mais procurados.
VACINA SPUTNIK
O Brasil e os países vizinhos podem ser a única opção no exterior para os argentinos que tomaram vacinas russas Sputnik V, que não foram aprovadas pela Organização Mundial da Saúde, requisito básico para que sejam aceitas como imunizantes pela União Europeia e Estados Unidos.
O problema é mais grave porque o Instituto Gamaleya não apresentou justificativas pertinentes sobre uma fábrica onde era envasada a vacina, que tinha sido questionada durante uma inspeção, com exigência de correções.
O governo argentino acredita que a Rússia vai apresentar, uma hora ou outra, a evidência das correções feitas no processo de produção, para que a Organização Mundial da Saúde dê seu aval ao imunizante.
Cerca de 10 milhões de argentinos tomaram a primeira dose e estão ainda sendo imunizados com a segunda dose de Sputnik V.
Pra fechar: os próprios russos que gostam de viajar ao exterior já encontraram uma saída. Eles estão seguindo para a Sérvia, por exemplo, para se imunizar com vacinas da Pfizer ou de outro laboratório aceito pela União Europeia.
No caso do Brasil, também vai depender da boa vontade dos europeus aceitar a entrada dos imunizados com a Coronavac. Mas há uma diferença: a vacina foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde para uso emergencial, o que deverá ser levado em conta.
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