Fronteira fechada, poucos voos, restrições a viagens e crise econômica provocada pela pandemia. Esse conjunto de fatores explica porque o Parque Nacional Iguazú, na Argentina, tenha fechado abril com a média diária de apenas 726 visitantes, mesmo com o feriadão da Semana Santa.
Mas a situação piorou: nos últimos dias, a visitação não passou de 100 pessoas por dia (na quinta-feira, 6, apenas 50). A concessionária Iguazú Argentina, responsável pelo atendimento turístico, já decidiu diminuir o horário de abertura do parque.
A partir de sexta-feira, 7, o Parque Nacional Iguazú abre às 10h e fecha às 16h. Segundo a concessionária, o horário poderá ser ajustado caso haja alguma alteração na procura por ingressos.
Como a pandemia não dá sinais de estar sob controle na Argentina, vai ficar cada vez mais difícil a situação de quem vive – ou sobrevive – do turismo em Puerto Iguazú. Hotéis e restaurantes estão à míngua e dependem de ajuda do governo para não fechar as portas – os que ainda não fizeram isso.
CRISE POR AQUI
Não dá pra negar que a crise provocada pela pandemia quase liquida a economia também em Foz do Iguaçu. Mas, além de a economia ser menos dependente do turismo do que a de Puerto Iguazú, em Foz o Parque Nacional do Iguaçu ficou fechado por menos tempo e a garantia de um destino seguro tem atraído os turistas brasileiros.
De 1º de janeiro a 30 de abril deste ano, 155.989 pessoas visitaram as Cataratas do Iguaçu, das quais 143.812 eram brasileiras e 12.177 de 80 outros países. Em média, foram 1.300 visitantes por dia.
Para um período como o que vivemos, o número é bem razoável, mas representa menos de um quarto dos 676.386 visitantes do mesmo período de 2019, média de mais de 5.600 por dia. Deste total, 348.697 eram brasileiros e 327.689 de outros países.
O FUTURO
A grande queda na visitação no lado brasileiro, em 2021, se deve à ausência dos argentinos, por causa da fronteira fechada. E também de parte dos estrangeiros que vinham à Argentina e, depois de visitar o lado de lá do parque, atravessavam a fronteira para conhecer as Cataratas na margem brasileira e outros atrativos daqui.
Esta também é a outra diferença entre Foz e Puerto Iguazú: os argentinos têm as Cataratas para oferecer, um atrativo de peso, claro; mas, em Foz, há também Itaipu, o Parque das Aves, o Dreamland, o Marco das Três Fronteiras e, em especial, as compras no Paraguai, que sempre tiveram um público fiel (sem contar que, agora, há também a possibilidade de comprar em duas lojas francas na própria cidade).
Resumo: enquanto a fronteira argentina não reabrir, Foz dependerá fortemente do turista brasileiro. Só que os viajantes do Brasil que querem vir à fronteira são em número muitas vezes maior do que os argentinos interessados em visitar as Cataratas da Argentina. O futuro de Puerto Iguazú, portanto, é incerto. E trágico, se perdurar por muitos meses essa situação.
DIA DAS MÃES
Pra fechar, sempre há um motivo para visitar as Cataratas do Iguaçu. No blog da concessionária Cataratas do Iguaçu S.A. existem vários depoimentos de filhos que trouxeram as mães para conhecer nosso principal atrativo.
É o caso do jornalista Pedro Permuy, de Vitória (Espírito Santo), que na foto está com a mãe, Fabiola Permuy. Ele conta que os dois viveram uma das melhores sensações da vida em Foz do Iguaçu.
“Se mãe é fonte inesgotável de amor, as Cataratas são, com certeza, uma representação natural dessa aliança. A gente nasce ouvindo sobre o amor que nossas progenitoras têm pela gente e, quando decidi que conheceria essa 7ª Maravilha Natural do Mundo, não pensei duas vezes, chamei a melhor companhia para ir comigo: minha mãe.”
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