Entidades do setor turístico de Foz do Iguaçu, representadas pelo Conselho Municipal de Turismo (Comtur), participaram, nessa segunda-feira (25), de uma reunião para avaliar a decisão unilateral argentina de suspender o acordo binacional de 2019, que normatizou o transporte turístico na fronteira com Puerto Iguazú.
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Em comunicado enviado ao Comtur, a prefeitura da cidade argentina informou, sem detalhar os motivos, que a suspensão terá início em 1.º de dezembro de 2024. O envio do ofício, datado do dia 29 de outubro, foi noticiado pelo H2FOZ no início de novembro.
O acordo de 2019 estabelece regras para que empresas de receptivo turístico de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú possam transportar turistas de um lado a outro da fronteira, definindo pontos como a documentação necessária, a obrigatoriedade da lista de passageiros e da descrição do serviço prestado, e definindo algumas proibições.
As restrições determinam, por exemplo, que veículos de turismo com placas argentinas não podem embarcar passageiros no aeroporto ou na rodoviária de Foz do Iguaçu, bem como veículos de turismo brasileiros estão proibidos de fazer o mesmo em Puerto Iguazú.
O acordo também define a aplicação de penalidades, como multa para a primeira e a segunda infrações e apreensão na terceira ocorrência.
Em material enviado à imprensa, nesta quarta-feira (27), o presidente do Comtur, Diogo Marcel, ofereceu o Comtur como espaço de diálogo para a resolução do tema. “Nossa intenção é estender o prazo estipulado, discutir melhorias e evitar represálias que afetem os turistas e os agentes que trabalham com o turismo”, afirmou.
Às vésperas da alta temporada
Para Jin Petrycoski, empresário e futuro secretário municipal de Turismo a partir de janeiro, a preocupação maior é com o momento da revogação, às vésperas de um dos períodos de maior movimentação turística na região.
“Essa falta de diálogo a partir do 1.º de dezembro pode ocasionar problemas grandes para a cidade, porque a gente está falando de uma alta temporada. Nosso objetivo agora é unir forças, juntar todos os players para achar a melhor solução”, apontou.
Jaime Mendes, presidente do Visit Iguassu, disse que a suspensão unilateral pode afetar não só a logística do transporte turístico, mas a imagem de um destino reconhecido pela integração entre atores dos três países.
“Precisamos trabalhar juntos para restabelecer o diálogo e garantir que nossos visitantes tenham uma experiência fluida e positiva ao cruzar as fronteiras. A união e o bom senso entre Brasil e Argentina serão essenciais para evitar impactos negativos ao turismo”, pontuou.
Órgãos ainda não foram notificados
Segundo o Comtur, até o momento, órgãos responsáveis pela fiscalização no Brasil, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Instituto de Transportes e Trânsito de Foz do Iguaçu (Foztrans), ainda não foram oficialmente notificados sobre a suspensão.
“As lideranças do turismo de Foz do Iguaçu buscam mobilização e diálogo com as autoridades argentinas para reverter a medida e garantir que o turismo trinacional continue sendo um polo de integração e desenvolvimento”, informou o colegiado iguaçuense. “Com a alta temporada às portas, a expectativa é que um consenso seja alcançado para evitar transtornos ao setor e aos turistas que visitam a região.”
(Com informações do Comtur)