Visitante imerge na arte milenar de treinar e caçar com aves de rapina e assiste a voos ao ar livre.
Em sua origem, a falcoaria é a arte de treinar e caçar com aves de rapina, como falcões, gaviões e águias. Foi um meio para a busca da subsistência de povos antigos, esporte aristocrático na Idade Média e hoje é uma profissão. O biólogo e falcoeiro Bruno Nogueira detalhou essa prática milenar em entrevista no programa Marco Zero.
Assista à entrevista:
O profissional integra a equipe do Centro de Falcoaria Mautone, um dos mais recentes atrativos de Foz do Iguaçu, localizado no Porto Belo, próximo à Avenida Tancredo Neves. O espaço oferece a moradores e turistas um passeio pela história e cultura da falcoaria, e uma experiência com voos de aves ao ar livre.
De acordo com Bruno, a visita guiada aborda a falcoaria clássica e a contemporânea, e são apresentados aos visitantes os equipamentos utilizados antigamente e os empregados atualmente. “Mostramos para que serve um capuz, uma luva de falcoaria e os atrelamentos da ave. São informações necessárias até a chegada dos voos”, relatou.
O falcoeiro faz uma apresentação a cavalo, acompanhado de cães de caça, interagindo com as aves e seus voos, demonstrando a prática clássica dessa arte. Com o uso de um simulador de presa viva, um falcão desempenha o seu comportamento e instinto naturais, em um voo alto e veloz.
O biólogo explicou que as aves do Centro de Falcoaria em Foz do Iguaçu vêm de criadores legais, autorizados pelos órgãos ambientais, e de resgates. “São vítimas de maus-tratos, tráfico ilegal e perda de habitat natural. É oferecido às aves um bem-estar com as técnicas da falcoaria”, expôs Bruno Nogueira.
O centro dá auxílio a essas aves que perderam a capacidade física ou que não têm condições psicológicas de sobreviver por conta própria no ambiente natural. “São aves que não sabem reconhecer presas, perigos ou seres da mesma espécie, e por isso ficariam muito expostas”, completou o biólogo.
Na entrevista, Bruno contou que o centro iguaçuense foi criado por Leandro Mautone, que aprendeu as técnicas em outros países com mestres falcoeiros. “O intuído é trabalhar a educação ambiental e histórica, trazendo para as pessoas essa prática tão antiga, que fez parte do desenvolvimento humano, mas pouco difundida no Brasil”, avaliou.
O Centro de Falcoaria Mautone reúne sete espécies diferentes de aves de rapina. Entre outras, estão o falcão-peregrino, falcão-saker, Parabuteo unicinctus e urubu-de-cabeça-preta.
Prática antiga
A falcoaria nasceu em meio a pastores, homens do campo e nômades, para a caça. “O ser humano criou uma relação de trabalho com as aves de rapina para a captura de presas para a própria alimentação”, resgatou Bruno Nogueira. Hoje em dia, em áreas da Rússia e Mongólia, a falcoaria original ainda é utilizada, contou.
Atualmente, a profissão de falcoeiro é aplicada a diferentes trabalhos, como a reabilitação de aves de rapina e a educação ambiental. “Também é usada no controle sinantrópico, que afugente e controla animais que podem trazer algum malefício à sociedade, como em aeroportos, empresas de alimentos e condomínios”, ressaltou.
São lugares, segundo o biólogo, que enfrentam a alta população do pombo doméstico, por exemplo. “Na falcoaria, o predador natural do pombo atua para evitar que aves se choquem com aviões, fezes se acumulem em alimentos e na prevenção da chamada doença do pombo”, completou.
Centro de Falcoaria em Foz do Iguaçu
Visitação agendada: de terça-feira a domingo
Redes sociais: @centrodefalcoariafoz
Endereço: Rua Silmar Benitez, 280, Porto Belo (próximo ao Tempo Budista e no caminho para a Itaipu Binacional)
WhatsApp para agendamento: (45) 99828-2015
- Custos da visitação disponíveis nas redes do atrativo
O Marco Zero é um programa conjunto produzido pelo H2FOZ e Rádio Clube FM. Entrevista, opinião, enquete, entretenimento, esporte, cultura e agenda. Todo sábado, das 10h às 12h. Participe do grupo no WhatsApp para receber as novidades: https://bit.ly/3ws5NT0.
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