Argentina quer desregulamentar guias de turismo nos parques nacionais

A partir de abril, agências já não estarão obrigadas a contratar guias locais para grupos; profissionais do setor questionam a medida.

A Administração de Parques Nacionais (APN) da Argentina anunciou, na última quinta-feira (13), um pacote de desregulamentação das atividades turísticas nas unidades de conservação.

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O objetivo, segundo o presidente da APN, Cristian Larsen, é “avançar em termos de serviços turísticos, porque antes se valorizava mais a conservação”.

De acordo com Larsen, que deu declarações à imprensa na cidade de El Calafate, as medidas incluem o fim da obrigatoriedade de contratação de guias.

Atualmente, grupos organizados por agências precisam contratar guias de turismo locais para os passeios nas unidades federais de conservação na Argentina. A partir de abril, tal requisito deixará de ser obrigatório.

Conforme Larsen, a exigência de guias estará mantida somente para atividades de risco, como montanhismo ou rafting. “Isso vai ajudar que mais prestadores venham aos parques e ofereçam mais e melhores serviços”, argumentou.

Reação dos guias na Argentina

De imediato, o anúncio do presidente da APN gerou reações em diferentes partes da Argentina, principalmente, nas cidades com maior fluxo turístico.

Em Puerto Iguazú, por exemplo, a Associação de Guias de Turismo de Iguazú (Aguaty), que representa cerca de 450 profissionais, manifestou preocupação.

“Essa desregulamentação prejudica o profissional formado e as novas gerações de guias. Isso desvirtua o profissionalismo”, afirmou Ángel Palma, vice-presidente da Aguaty, em entrevista à Radioactiva.

Para segunda-feira (18), os guias de Puerto Iguazú e de outras partes da Argentina analisam manifestações em frente aos parques nacionais. Há previsão também de reuniões com autoridades dos setores de concessões de áreas de uso público.

Apoio aos guias de turismo

Outras associações de profissionais, como o Sindicato de Guardas-Florestais dos Parques Nacionais da Argentina, manifestaram repúdio ao fim da obrigatoriedade dos guias.

“Eliminar a contratação impactará diretamente na conservação, pois os guias cumprem papel fundamental de transmitir o valor da biodiversidade, o respeito ao patrimônio cultural, o propósito dos parques nacionais e sua importância como base de desenvolvimento harmonioso com o meio natural”, justifica o sindicato.

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