Aida Franco de Lima – OPINIÃO
O inverno chegou, chegando. Para uns, o glamour. Com casacos e gorros, ares-condicionados, lareiras, comidas quentes. Para outros, o sofrimento de um país cujas residências não são calafetadas, preparadas para o inverno. E isso, que não citei os sem-tetos. E nesse cenário, incluem-se os animais!
Entra inverno, sai inverno e é a mesma coisa. E o que podemos perceber é que todo avanço possível à causa animal, só vem mesmo com muita luta.
Lembram de quando as matérias na imprensa citavam moradores de rua que se recusavam a ir para abrigos, porque estes não aceitavam animais? E com o tempo as notícias passaram a outro aspecto, divulgando que abrigos começaram a aceitar os animais das pessoas em situação de rua, também.
E essa mudança não veio sem muita pressão às entidades filantrópicas que só enxergavam o homem e não o bicho, por parte dos ativistas da causa animal, amplificada pela mídia. Daqui uns tempos isso não vai ser notícia, fará parte do protocolo.
Em tempos de sociedade da informação, é assim que funciona. Um problema precisa ter visibilidade para que as mudanças aconteçam. Mesmo que demorem. Afinal, quantos e quantos invernos foram necessários para que quem administra os abrigos, pudesse enxergar nos animais que andam com os andarilhos, parte deles também? E esse novo olhar só aconteceu porque a sociedade falou por aqueles que não têm voz.
No mesmo contexto originaram os programas de castrações de cães e gatos pelos municípios brasileiros, por exemplo. Foi por luta dos ativistas que os órgãos públicos começaram a reservar dinheiro para estas ações. E as famigeradas carrocinhas? Eram naturalizadas. A legislação não foi alterada porque todos os políticos são bonzinhos com os animais. Foi fruto de pressão da sociedade, ou seja, eleitores.
E é assim que funciona com relação a outros problemas. Eles precisam ganhar espaço nas redes socais dos tomadores de decisão. Assim passam a enxergar a realidade, por livre espontânea vontade, ou pressão. Muitos órgãos só tomam providências quando o assunto cai na opinião pública, e então correm para apagar o incêndio.
Por isso, se você tem conhecimento de algum problema, que envolva a intervenção de órgãos público, por exemplo, use as redes sociais a favor da causa que defende. Exija ações imediatas, promova a criação de políticas públicas. Quem é pago para resolver questões da população e não o faz, detesta ser lembrado nas redes sociais! Muitos preferem nem ter rede social por isso.
Vá nas redes sociais dos órgãos públicos e questione sobre o assunto. Isso irá causar uma reação em cadeia e mais pessoas vão se sentir encorajadas a também tratar do tema. Quer um exemplo? Na sua cidade não há castração para animais de rua e nem de pessoas de baixa-renda. Vá até um post do município que fale de qualquer assunto, e questione: “E sobre a castração para animais? Precisamos de providências…”.
Quando alguém mencionar um problema, marque o órgão responsável, compartilhe para mais pessoas tomarem conhecimento. Até um tempo, dependíamos unicamente que a mídia pautasse os assuntos e desse visibilidade. Hoje, qualquer cidadão tem chances de chamar a atenção para um assunto. E se essa estratégia for bem usada, quem lucra é a comunidade.
Isso vale para cobrar dos prefeitos, secretários, vereadores, deputados, senadores, governadores, ministros, presidente. Enquanto a maior parte está interessada em divulgar feitos, precisam saber das demandas. Muitos gestores são blindados, seus assessores pintam uma realidade diferente e não permitem que os problemas sejam mostrados. E cabe a nós, sociedade, furarmos essa bolha.
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