Aida Franco de Lima – OPINIÃO
Está muito calor. Ninguém fala de outra coisa. Mas também tem um assunto que precisamos abordar. Sobre cuidados básicos com animais, neste calor, nas cidades cheias de concreto e cimento. Os animais que foram domesticados e vivem na selva de pedra, ‘ainda’ não se adaptaram ao piso que queima a sola de suas patas.
O que é muito óbvio para uns, nem sempre é para os demais. Quantas vezes você já observou uma pessoa malhando com o cachorro sob o sol, no asfalto ou calçada escaldante? Ainda há muita gente presa a uma cultura de que animal se vira. Animal se vira no trânsito, se vira sem comida, se vira no frio, se vira no calorão terrível. Se vira nada, ele sofre!
Se você observar um animal em situação de maus-tratos, amarrado sob o sol escaldante ou chuva ou frio, sem abrigo, denuncie, inclusive pelo 181. Peça providências às autoridades. Se uma pessoa conhecida sua tem atitudes inconvenientes em relação a cuidados com animais, oriente-a.
Outro dia vi um vídeo de policiais quebrando um vidro de um carro para tirar um animal que estava em estado de sofrimento, em virtude do calor excessivo. Um carro com vidros fechados, sob o sol, é um forno em potencial. E era informado que em virtude de em primeira instância estar o direito à vida, o direito à propriedade vinha depois. E a pessoa ainda seria autuada por maus-tratos.
Há inúmeros cuidados que podem ser direcionados aos animais de estimação, como por exemplo o uso de protetor solar em animais com pelos curtos, pelagens e mucosas claras. Mas o básico do básico precisa ser lembrado. Não há pata que aguente andar em calçadas e asfalto quentes. Caminhar em um gramado ou no solo liberto de camadas de concreto é outra situação.
A mesma coisa é com relação à hidratação. Animal precisa de água e ponto final. No mínimo água fresca. Não custa colocar um pote com água em frente ao estabelecimento e trocá-la, caso não usada. Aproveite e regue uma árvore.
O calorão excessivo que tantas vezes já mencionamos, como reflexo das mudanças climáticas, atinge a todos. Mas em grau maior aos menos indefesos. Há animais usados para tração, que trabalham desde o amanhecer, percorrem as cidades e poucos os percebem. Seus cascos são mais resistentes, mas não necessariamente, caso não recebam os cuidados devidos. E eles precisam de atenção para outros aspectos, afinal não são de ferro.
Precisamos olhar para os animais, da altura que eles merecem e precisam, em qualquer estação do ano, em todas as temperaturas. E é por isso que devemos lutar por políticas públicas para que os cuidados cheguem através de educação ambiental para a guarda responsável e fiscalização. Muita gente só vai sentir a dor de uma patinha queimada no asfalto, quando lhe doer seu bolso.
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