O gato, a lata e o humano

Objetos descartados irregularmente são transformados em armadilhas para os animais e isso pode ser fatal.

Aida Franco de Lima – OPINIÃO

Ser humano é, definitivamente, o animal que mais impacta o meio ambiente e as provas estão por todos os lados. Os objetos criados pela civilização, acometem os animais das mais terríveis dores. No dia 18 de agosto, mais um bichinho foi vítima. Um gato ficou com uma lata presa na cabeça. Felizmente, há os humanos do outro lado da batalha, ao lado dos indefesos. Os bombeiros o salvaram.

O fato aconteceu em Cianorte, Paraná. Mas poderia ser em qualquer lugar do Globo. Porque por onde a humanidade passa, ela deixa seu rastro. Uma caneca de alumínio, jogada nos fundos de um quintal serviu de atrativo para um gato. Talvez em busca de água, quem sabe? E foi quando uma agente de combate a dengue o avistou. Viu aquele bichinho preto com uma lata prata, com o brasão do Timão, preso na cabeça do coitadinho.

O dono do imóvel, que depois que a esposa faleceu não teve mais animais, até tentou retirar a caneca, mas levou algumas arranhadas. Eu o orientei a ir até a Upa, para ver a necessidade de tomar vacinas. Quem conhece gato, sabe. Eles encontram uma força e agilidade fora de série. Três bombeiros para salvá-lo foi o mínimo necessário. Mas e quando não tempo para acionar o socorro?

Essa situação reflete por todos os lados. Boa parte das pessoas não têm noção do que significam alguns fios de cabelos presos nas patas da aves, por exemplo. Tenho tristes memórias das pombas que frequentavam os cafés da PUC SP, dando seus rasantes entre as mesas, em busca de comida, com as patas amputadas. Ou coladas com chicletes ou fios e restos de plásticos.

Mas essa consciência, só uma parcela da sociedade tem. E essa parcela precisa aumentar. Temos que cuidar do que descartamos porque isso é um caso sério. Para os animais silvestres é ainda mais devastador, porque pode impactar inclusive na continuidade da espécie. Basta olhar no Google a respeito de baleias e animais marinhos que morrem por ingerirem plásticos e outros objetos.

Esse problema do descarte inadequado está por toda a parte e atinge, também, os humanos diretamente. Quantos casos já vimos de motociclistas feridos gravemente, quando não perdem a vida, com fios e cabos soltos pelos postes?” Inclusive esse tema foi pautado pautado por esse H2Foz, em relação à operação denominada ‘Limpa Poste’, organizada pela prefeitura de Foz e a Copel.

Outra importante ação, agendada para dia 20 de agosto, é a  Limpeza da Área 2 do Plano Municipal de Mata Atlântica (PMMA), na microbacia do Rio Almada, promovida pelo O Observatório Educador Ambiental Moema Viezzer (Obeamv). Ações que dão esperança em torno da conscientização e ação, tão necessárias.

O impacto que estamos causando no meio ambiente é devastador, os resultados estão por todos os lados e é o motivo dessa coluna. E precisamos, nós cidadãos comuns, também fazermos nosso dever de casa. Pensar globalmente, agir localmente. Se você separar o lixo, amassar aquela lata que pode ser uma armadilha para um animal ou criadouro do mosquito da dengue… Parece pouco? Mas não é.

Mais uma vez, obrigada a todos os envolvidos, em especial aos bombeiros Subtenente Marcel, Cabo Sydor e Soldado Fabner. A natureza e nós que amamos os animais, agradecemos. Dizem que gatos têm sete vidas, mas eles e todos os demais seres vivos, precisam de várias delas se continuarmos degradando o meio ambiente tal como é hoje.

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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