
Aida Franco de Lima – OPINIÃO
O papa Francisco não escolheu esse nome por acaso. São Francisco de Assis, o padroeiro dos animais, o jovenzinho rico nascido em 1182, que saiu pelo mundo pregando o desprendimento aos bens materiais e o amor à natureza.
Em 2013, quando o cardeal Cláudio Hummes cochichou no ouvido de Jorge Bergoglio para que ele não se esquecesse dos pobres, Jorge – que acabara de ser eleito papa – escolheu o nome de São Francisco de Assis. Fazendo jus à ordem religiosa à qual pertencia, a dos jesuítas, que, entre outros, faz o voto de pobreza.
E assim foi. Papa Francisco falou e fez. Quando ganhou uma Lamborghini Hurácan, provavelmente o sonho de consumo de onze entre dez homens, ele não escondeu de ninguém nem vendeu para usufruir o dinheiro. Agradeceu, assinou, leiloou e doou o dinheiro arrecadado, cerca de três milhões, para entidades assistenciais.
O papa era pop, tinha o seu time de coração, sendo sócio de carteirinha do argentino San Lorenzo, de número 88.235. Coincidentemente, os números conferem com sua idade, 88 anos, e falecimento numa segunda-feira, 21 de abril de 2025, às 2h35, no horário da Argentina. Pop até mesmo para inspirar teorias da conspiração e, tristemente, o pecado da mentira. Redes sociais já se enchem de mentiras, seja sobre o momento de sua morte ou sobre bens.
Apaixonado por futebol, cumpriu sua promessa de não assistir à televisão, em virtude de uma graça concedida a uma jovem. Não via na TV, mas era informado de todos os lances. Deu seu jeitinho brasileiro, mesmo sendo argentino. Brincou – e nas brincadeiras são ditas as verdades – ao falar que no Brasil temos muita cachaça e pouca oração…
O papa era ecológico! Trouxe o tema para o evangelho diário. Puxou a orelha dos líderes mundiais, chamando atenção acerca da importância da preservação da biodiversidade para a sobrevivência da humanidade. Chamou atenção para as guerras que massacram os civis, enquanto os políticos continuam blindados em seus castelos.
E por falar em castelo, o papa abriu mão da residência oficial, o Palácio Apostólico, para residir na Casa Santa Marta. Situado dentro do Vaticano, é o mesmo local que hospeda os cardeais durante o conclave. O papa queria ficar perto dos seus.
Pensando em sua partida, definiu que seu funeral seria o mais simples de todos. E agora damos adeus e ficamos na expectativa se teremos um novo papa capaz de unir o Brasil e a Argentina, assim como o restante do mundo, em torno de um time só: o time do papa Francisco futebol clube.
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