Transplante de células-tronco em Ciudad del Este é esperança para menina de SP 

Família juntava dinheiro para ir à Tailândia quando descobriu que aqui na cidade vizinha uma clínica fazia o tratamento.

H2FOZ

O G1 traz na edição desta terça, 2, uma reportagem sobre uma menina de Bertioga, litoral de São Paulo, que está recebendo transplante de céculas-tronco num hospital da vizinha Ciudad del Este.

A menina Lorena Miranda, de 4 anos, recebeu a primeira aplicação com células-tronco no hospital Clinic Center. A aplicação foi feita pela PanAm Stem Cell, uma empresa de medicina regenerativa focada em terapias com células-tronco.

Segundo a reportagem, assinada por Mariane Rossi, do G1 Santos, Lorena nasceu com mielomeningocele, que é uma malformação congênita na coluna vertebral, e também desenvolveu hidrocefalia. 

“A coluna nasceu aberta com os nervos e a medula expostos. Ela fez a cirurgia para fechar com sete dias de vida. Com nove dias de vida, ela colocou uma válvula. Ao todo, ela já fez seis cirurgias, entre vários procedimentos”, contou a mãe dela, Maria Carolina Camilo, ao G1. 

Tailândia

A família ficou sabendo, por mães de crianças com os mesmos problemas de Lorena, que um transplante de células-tronco no hospital Better Being, na Tailândia, poderia ajudar a menina no tratamento de mielomeningocele.

Há dois anos a família iniciou uma campanha para arrecadar dinheiro e conseguiu R$ 112 mil. Não seria suficiente para o tratamento na Tailândia.

Lorena, depois de receber a primeira aplicação.
Foto feita pela mãe.

Por sorte, a família soube, então, que havia uma clínica no Paraguai que faz o mesmo tratamento, com a vantagem de ser mais perto. Além disso, enquanto o hospital de Ciudad del Este faz três aplicações, o da Tailândia faz seis. Isto é, seria preciso ficar mais tempo lá, a um custo bem mais alto.

Na Clinic Center, a primeira aplicação foi no dia 25 de março. Haverá mais duas, ainda.

"O procedimento foi bem rápido. A primeira aplicação foi pela veia. Ela ficou em observação durante a noite e, no dia seguinte, já teve alta. No mês que vem faz outra aplicação na coluna. Vão ser mais duas, uma em abril e outra em maio. Os médicos falam que a partir da segunda começa a ter um resultado maior”, contou a mãe de Lorena ao G1.

Dificuldades

Lorena não tem nenhum movimento da cintura para baixo. Ela não tem controle da parte digestiva e, por isso, faz o uso de sondas. A menina fala normalmente, mas não anda e vive em uma cadeira de rodas. Lorena faz fisioterapia, pelo menos duas vezes na semana, para fortalecer os membros e tem o acompanhamento de fonoaudiólogos e médicos.

Maria Carolina deseja que o tratamento melhore a qualidade de vida da filha. Ela acredita que as células ajudem, principalmente, no funcionamento do intestino e da bexiga, e a menina não precise mais utilizar fraldas e sondas. Como Lorena não tem sensibilidade do quadril para baixo, começar a andar será um desafio ainda maior, mas a mãe mantém a esperança.

Após a primeira aplicação, por orientação médica, a menina irá intensificar as sessões de fisioterapia, além de manter as consultas com a fonoaudióloga e ir as aulas escolares. Lorena também deve começar a fazer natação na semana que vem, o que deve auxiliar ainda mais no fortalecimento dos músculos.

Maria Carolina deseja que o tratamento melhore a qualidade de vida da filha. Ela acredita que as células ajudem, principalmente, no funcionamento do intestino e da bexiga, e a menina não precise mais utilizar fraldas e sondas. Como Lorena não tem sensibilidade do quadril para baixo, começar a andar será um desafio ainda maior, mas a mãe mantém a esperança.

“As células podem ajudar em várias partes. O foco nem é a parte do andar, mas a parte do intestino e da bexiga. As células-tronco podem ajudar nessa parte também. Por isso, os médicos pedem que existam muitos estímulo (fisioterapia e natação)”, explica.

Agradecimento

A mãe da menina revela que, muitas vezes, pensou em desistir da campanha, mas essa era a única chance de obter uma melhora na condição da filha. Após a primeira aplicação das células-tronco, a mãe da menina postou uma mensagem nas redes sociais agradecendo a todos que ajudaram na campanha.

"Só Deus sabe o quanto esperamos por esse momento e o quanto foi difícil chegarmos ao objetivo. Parecia ser impossível. Deus é maravilhoso e colocou pessoas abençoadas em nosso caminho, que nos ajudaram a não desistir. Oramos para que esse tratamento traga bons resultados para o desenvolvimento da Lolo. Qualquer melhora já terá valido a pena. Obrigada a todos”, escreveu.

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