Salário mínimo do Paraguai tem o maior poder de compra da região

Na conversão para o dólar, é o quarto mais alto; mas a capacidade de compra é quase o dobro da que tem o mínimo brasileiro, por exemplo.

O jornal La Nación, de Assunção, traz um comparativo sobre o salário mínimo pago nos países da região, tanto na simples conversão para o dólar como no poder aquisitivo, isto é, o que o trabalhador de cada país pode comprar com o que ganha.

A Paridade do Poder de Compra ou Paridade de Poder Aquisitivo (PPA) relaciona bens e serviços de cada país ao custo local, já que os preços são diferentes de um país para outro.

Nessa comparação, o salário mínimo do Paraguai tem o maior poder aquisitivo de dez países latino-americanos analisados.

O mínimo do Paraguai, de 2,19 milhões de guaranis, tem poder aquisitivo equivalente a US$ 827, embora no câmbio o valor represente US$ 388,73.

O poder de compra do mínimo paraguaio é quase o dobro do que conseguem comprar os mínimos do Brasil (equivale em PPA a US$ 488), Argentina (US$ 475) e México (US$ 393), as três maiores economias da América Latina.

Mesmo com a simples conversão das moedas para o dólar, o salário mínimo paraguaio não faz feio. Ao câmbio de 13 de janeiro de 2020, equivalia a US$ 331,23, enquanto o da Argentina equivalia a US$ 282,49, o do Brasil a US$ 253,54 e o do México a US$ 199,11.

O salário paraguaio perde apenas para os mínimos do Uruguai, Equador e Chile, que, no entanto, têm menor poder de compra.

Mas quem recebe?

Embora tenha um salário mínimo pelo menos razoável, o Paraguai enfrenta um problema, que é lembrado pelo La Nación: mais de 35% dos trabalhadores recebem menos do que o mínimo legal. Sem contar, ainda, outra questão: "o acesso a um emprego digno continua como o inconveniente principal".

O jornal ouviu o presidente da Central Unitaria de Trabalhadores, Bernardo Rojas, que considera o mínimo paraguaio insuficiente e que não há uma política por parte do Estado para diminuir a diferença entre o custo de vida e o ganho dos trabalhadores.

A central que ele preside reivindica um mínimo de 2,8 milhões de guaranis, enquanto outras sindicais pedem 3 milhões de guaranis como salário-base, para fazer face à alta do custo de vida.

O Jornal La Nación preparou um gráfico mostrando a Paridade do Poder de Compra dos mínimos da região:

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