Depois de atrasos – previsão é que estaria pronto pro aniversário de Foz do Iguaçu, em junho, depois, em outubro -, sai a data de inauguração do novo mercado municipal: maio de 2020. A obra é mais um presentão de Itaipu para a região. E o atraso tem explicação: problema com os fornecedores, segundo a binacional.
Mas está tudo resolvido. Menos uma coisa: que nome terá aquele espaço, que certamente será um atrativo a mais da cidade, não só pra moradores, mas até pros visitantes?
Os nomes mais óbvios, que qualquer um vai aprovar, são Mercado Municipal e Mercado Público. O nome que um pessoal de Itaipu queria certamente não iria agradar: Mercobal.
Bacana, por representar uma homenagem à extinta Cobal, à qual pertencia o galpão original, onde empregados e terceirizados de Itaipu – e também moradores, claro – se abasteciam.
O problema é que o nome não será aprovado, não só porque é feio mas porque lembra jogo de bola, pela origem do "rude esporte bretão". Mercobol dá a impressão de ser um campeonato qualquer. Ou uma agremiação futebolística. Ou algo como o Commebol. Menos um mercado de frutas, verduras, especiarias e o que mais tiver nos boxes do futuro mercado.
Mas a Cobal não será inaugurada ou esquecida. Pra lembrar seus tempos de glória, haverá um painel com fotos da época em que estava em plena atividade, na Vila A.
É claro que tem nomes que "pegam" e outros que não. Mercado Municipal, como já existe em tantas cidades grandes, do Oiapoque ao Chuí, deve pegar. Mas muita gente, ao convidar outra pessoa pra sair, pode até dizer: "vamos ao mercado da Vila A"? E, assim, ignorar o nome oficial, seja qual for, do mercado. E também do bairro, que já não é mais Vila A.
Imóvel municipal
O prédio da Cobal foi construído em terreno cedido pela Prefeitura de Foz do Iguaçu à União, conforme decreto assinado pelo então prefeito Clóvis Cunha Vianna. O imóvel, dizia o decreto, seria revertido ao município caso não fosse iniciada em dois anos a construção do armazém da Companhia Brasileira de Alimentos – Cobal.
Mas foi construído e atendeu muito bem enquanto durou, principalmente no pico das obras da usina, quando os supermercados, em Foz, eram raros. Em 1990, o então presidente Fernando Collor de Mello extinguiu a Cobal. E, com isso, o prédio ficou ao abandono.
Até Itaipu decidir que ali deveria ser construído o mercado municipal. Ou Mercobal, como querem alguns empregados mais ligados à obra – e mais saudosistas.
Comida e cultura
Agora, aos fatos mais sérios. O mercado representa um investimento de R$ 10 milhões por parte da Itaipu Binacional. Quando pronto, deverá gerar 500 empregos diretos. Numa cidade carente de empregos, vai dar uma boa mexida exatamente num setor que está em queda, o comércio.
Mas tem mais: segundo o diretor de Coordenação de Itaipu, Luiz Felipe Carbonell, a proposta do mercado é reunir, num mesmo local, abastecimento e atividades culturais, fomentando a diversidade cultural da região e propiciando integração social.
Ali funcionarão boxes, restaurantes, lojas e outros tipos de comércio. Quanto mais variedade, melhor, desde que não fuja àquilo que se pode encontrar em mercados municipais como o do Rio ou de Curitiba, cada um com suas características, mas onde prevalecem coisas boas de se comer e beber.
Pra fechar
Como foi construído pela Itaipu Binacional, mas o terreno originalmente pertencia à Prefeitura – e, com a desativação da Cobal, até poderia ter sido devolvido -, nada mais justo que o nome oficial seja Mercado Municipal de Foz do Iguaçu. Não haverá polêmica.
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