
A força do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas prisões paraguaias foi demonstrada em um novo capítulo na manhã desta terça-feira, 20.
Quando chegaram à penitenciária de Tacumbú para investigar crimes de extorsão praticados por uma quadrilha – com apoio de detentos -, que extorquia pessoas para não divulgar fotos íntimas na internet, policiais e promotores encontraram em dois pavilhões as portas principais fechadas por cadeados.
Nesses pavilhões estavam as celas dos presos que faziam as ligações para as vítimas de extorsão. Eles foram protegidos por "soldados" do Primeiro Comando da Capital.
O procedimento policial durou quase meia hora, mas foi abortado para evitar qualquer tipo de incidentes violentos, como informou a reportagem do ABC Color.
Um agente do Ministério Público disse que a operação foi suspensa "por falta de garantias", por decisão da Polícia Nacional. Foi para "evitar derramamento de sangue", disse o agente, já que a polícia informou que seria impossível entrar sem provocar mortes.
O promotor Joel Cazal disse à rádio ABC FM 98.5 que, depois de a polícia entrar num pavilhão, no início da operação, os presos passaram a todos um alerta e iniciaram um motim. Para chegar às celas em que estavam os suspeitos, no fundo do presídio, seria preciso passar por muitos presos, que inclusive já estavam fechando as celas com cadeados.
Sexting

Fora da prisão, a quadrilha, formada por parentes e amigos dos presos, praticavam extorsão contra pessoas de posses, geralmente homens casados e com filhos.
Eles eram atraídos nas redes sociais por perfis falsos de jovens e bonitas mulheres, que conseguiam captar as vítimas em potencial.
Depois que os falsos perfis garantiam confiança no relacionamento pela internet, as jovens pediam para trocar fotos íntimas, o chamado "sexting" (palavra que mistura sexo com texto, em inglês, para referir-se a conteúdo erótico por SMS).
De posso das fotos das vítimas, elas eram extorquidas para que o conteúdo não fosse difundido em redes sociais ou chegassem até seus parentes e locais de trabalho.
Eram internos de Tacumbú que se encarregavam de ligar para as vítimas e exigir o pagamento para não divulgar as fotos.
Quadrilha
Em busca feita também pela manhã, no município de Zeballos Cué, foram detidas várias pessoas, entre elas uma jovem, que fazia chamadas ou enviava mensagens de voz para conseguir enganar as vítimas. Era também ela e outras pessoas, familiares ou gente próxima aos detentos, que sacava o dinheiro cobrado das vítimas.
No total, a rede de extorsão envolvia entre 15 e 20 pessoas. O Ministério Público já investigou com dados repassados pelas companhias telefônica e, agora, vai pedir informações ao Facebook.
Fontes do Departamento Antissequestro da Polícia Nacional informaram que as chamadas foram feitas apenas por uma linha dentro da penitencária.
Só de duas vítimas que procuraram a polícia, a extorsão foi de 50 milhões de guaranis (R$ 33 mil), mas há muitos outros homens que pagaram quantias semelhantes, e o total obtido pelos criminosos foi muito maior.
Fonte: ABC Color
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