Em Ciudad del Este, criam pânico via WhatsApp com “palhaços assassinos”

Segundo o boato, os palhaços entregam doces para crianças, nas portas de escolas, com veneno (chumbinho).

Assim como algumas cidades do Brasil, Ciudad del Este também caiu na onda do terror de pessoas malignas – no caso, três "palhaços assassinos" – que entregam doces envenenados para crianças, na porta de escolas.

Segundo as redes sociais paraguaias, dezenas de crianças foram mortas envenenadas, ao consumir doces desses palhaços, no Brasil. O alerta é para os pais, que devem prevenir os filhos sobre a presença desses criminosos em Ciudad del Este.

A "fake news" que viralizou no outro lado da fronteira diz que esses palhaços vieram do Brasil para cometer mais crimes. A "notícia" é ilustrada com a foto de um caramelo, que tem dentro uma substância negra, que seria chumbinho.

Esta mesma foto foi usada para publicar notícias falsas no Brasil, em 2017, e também nos últimos dias, mas com variações: não são "palhaços assassinos", mas uma seita satânica ou bruxas, que aqui distribuem doces, balas, refrigerantes e brigadeiros envenenados com chumbinho.

O site boatos.org lembra que a data é oportuna pra espalhar este tipo de boato: amanhã, 31 de outubro, é o "Haloween", ou Dia das Bruxas, quando são distribuídos doces na brincadeira "gostosuras ou travessuras".

As mensagens via WhatsApp no Brasil dizem que há muitos casos de crianças internadas vítimas dos doces envenenados. E a "notícia" se espalha, sempre com o pedido de que seja cada vez mais compartilhada.

Seja bruxa, seja seita satânica ou palhaço assassino, o site boatos.org foi verificar a veracidade e descobriu, claro, que não passa de boato. Não há nenhuma criança internada, só esta "fake".

A foto é real

Mas a foto do doce com veneno é real. Em 2017, em Monte Carmelo, Minas Gerais, dois irmãos de três e oito anos foram internados por envenenamento com chumbinho, usado para matar ratos.

A polícia apurou que as crianças brincavam perto da casa delas quando acharam as balas no chão e consumiram. Logo passarma mal e foram levadas pelos pais ao hospital. Mas não morreram. Havia outras balas no chão, quando a polícia esteve lá.

O caso foi investigado como tentativa de homicídio. A foto feita de uma bala com chumbinho dentro foi usada naquele ano já naquele ano como "fake news" de ataque de bruxas assassinadas, na época do Halloween. E "ressuscitou" agora.

Boatos.org diz que tudo não passa de fake news. "É claro que todo cuidado é pouco com o que recebemos e até podem existir casos isolados (como o de Minas Gerais em 2017), mas achar que há uma grande conspiração para isso é, digamos, um pouquinho demais".

E ainda há um risco, como lembra o site: de repente, alguém vestido de palhaço ou de bruxa, por qualquer razão, é visto por um grupo de pessoas que decidem "fazer justiça".

Assista ao vídeo do boatos.org, com comentários e os áudios no WhatsApp que espalham o boato do doce envenenado. E, se você tem amigos em Ciudad del Este, ajude a desmentir a fake news.

Fontes: Vanguardia, G1 e boatos.org

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