Cocaína ‘made in Paraguay’: Estados Unidos elogiam operação da Senad

Continuam as buscas e apreensões. E cada vez mais gente importante se envolve.

Continuam as buscas e apreensões. E cada vez mais gente importante se envolve.

Nunca na história da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) houve tantos bons resultados na luta contra o tráfico e a lavagem de dinheiro como nos últimos dias.

Além da descoberta de cocaína na carga de pisos de madeira num contêiner do porto de Villeta, a Senad apreendeu na quarta-feira, 23, quase 5 toneladas de maconha que tinham como provável destino a Argentina.

Ainda não foi verificada a quantidade de cocaína dentro dos pisos, o que deve ocorrer ainda nesta quinta-feira. Remetente no Paraguai e destinatário estão identificados, segundo a ministra da Senad, Zully Rolón.

A droga foi descoberta depois de suspeitas levantadas pela Senad no dia 16 deste mês, com base no serviço de inteligência. O contêiner ficou retido e, nesta quarta, a Aduana confirmou a presença de cocaína. Ao ser pesada pela Senad, nesta quinta-feira, chegou-se a 16 toneladas.

Cocaína pura está inserida dentro dos parquets. Foto: Senad

A ULTRANZA PY

Já a Operação “A ultranza PY”, que agora está em seu terceiro dia, foi elogiada pelo encarregado de negócios dos Estados Unidos no Paraguai, Joe Salazar, que a considerou “um dos maiores golpes contra o crime organizado” no país.

Nesta quarta-feira, 23, a promotoria indiciou 24 pessoas por tráfico e lavagem de dinheiro, das quais oito estão detidas. O objetivo da operação é a prisão de mais seis integrantes da organização criminosa.

Na quarta, as buscas e apreensões ocorreram em casas de um condomínio exclusivo em Mariano Roque Alonso, onde vivem integrantes do Clã Insfran Alonso, de acordo com a Senad, e em Assunção.

Num prédio de alto padrão da capital agentes da Senad procederam a buscas num “ostentoso” apartamento. Luxo é marca registrada de todos os suspeitos.

Num rápido balanço, a Senad confiscou bens que incluem carros de luxo (três Lamborghini), nove aviões, um iate que vale US$ 4 milhões, máquinas agrícolas, caminhões e 6 mil cabeças de gado, entre outros.

A organização desmantelada pela operação é vinculada à apreensão de três cargas de cocaína na Europa, no próprio Paraguai e ainda no Uruguai.

Na Europa, houve a aprensão de 1.131 kg e outros 10.946 kg na Bélgica e 4.174 kg na Holanda. No Paraguai, a organização seria responsável pelos 1.344 kg ade cocaína apreendidos no Chaco e 3.416 kg em Fernando de la Mora.

Busca e apreensão num apartamento do “Palácio de los Paatos” de Assunção. Foto Senad

IATE É DE MINISTRO

O jornal ABC Color trouxe na manhã desta quinta-feira a informação de que o iate de US$ 4 milhões, apreendido na terça-feira, pertence ao ministro da Secretaria de Emergência Nacional da República do Paraguai, Joaquín Roa.

O ministro confirmou a posse e disse que adquiriu a embarcação do emresário Alberto Koube Ayala, um dos detidos na operação da Senad.

Ele disse, também, que fez a compra graças a um empréstimo que conseguiu no banco Basa, de propriedade do ex-presidente Horacio Cartes.

O iate de US$ 4 milhões é de ministro paraguaio, adquirido com empréstimo de banco de Cartes. Foto: Senad

CAMINHÃO CHEIO DE MACONHA

Em outra frente de ação, a Secretaria Nacional Antidrogas deteve três pessoas que transportavam quase 5 toneladas de maconha num caminhão que circulava pela cidade de María Auxiliadora, departamento de Itapúa.

Os agentes chegaram à droga depois de um trabalho do setor de inteligência. A maconha tinha como destino provável o território argentino, segundo a agência IP.

O primeiro a ser preso na ação foi o motorista de um automóvel que funcionava como “batedor” do caminhão. O homem é porteiro do Juizado da cidade de La Paz, Itapúa.

Depois, foi interceptado o caminhão, que levava 4.980 quilos de maconha prensada, distribuídos en 198 bolsas.

Carga pesada: quase 5 toneladas de maconha. Foto Senad

A bordo do caminhão, estavam um vereador da cidade de María Auxiliadora e um sub-oficial de polícia aposentado.

A operação da Senad foi acompanhada pelo promotor Enrique Díaz, que determinou que os detinos e a carga fossem levados à base regional da Senad em Encarnación, cidade que faz fronteira com Posadas, na Argentina.

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