Multiplicam-se os golpes via WhatsApp, com apelo ao Pix

Todo cuidado é pouco. Criminosos estão sempre atentos a novidades tecnológicas.

O sistema de pagamentos e transferências Pix, criado pelo Banco Central, começou a funcionar em 16 de novembro do ano passado.

Menos de seis meses depois, muita gente usa o sistema; mas muitos desconhecem. Entre eles, não estão os criminosos retidos em penitenciárias país afora.

Eles uniram dois meios ágeis: mensagens pelo WhatsApp e a instantaneidade do Pix para aplicar novos golpes.

Parece que o do falso sequestro, tão usado até pouco tempo atrás, caiu em desuso. O novo dá mais trabalho, mas compensa.

Tudo começa com a clonagem da conta de WhatsApp. Então, o bandido apela aos contatos, registrados no aplicativo, para pedir dinheiro pra alguma emergência. Funciona.

E a Federação de Bancos (Febraban) diz que às vezes não é preciso nem clonar o WhatsApp.

São 3 passos simples:

– Pegar uma foto em redes sociais, que o que não falta é gente bonita ou feia se expondo;
– Descobrir os celulares de contatos desta pessoa;
– Aí, por um novo número de celular, mandar mensagem para amigos e familiares;
– A mensagem: “fui obrigado (a) trocar meu número de celular. E estou numa emergência…

Aí, vem o pedido de dinheiro, seja lá pro que for.

GOLPES À MÃO CHEIA

Nesta segunda-feira, 24, por coincidência, um casal de Foz recebeu dois contatos via WhatsApp, ambos pedindo dinheiro, mas em golpes diferente. Um pediu pra pagar uma conta; outro, pra fazer uma transferência.

O homem que poderia ser vítima, mas já sabia que era golpe, ainda pediu os dados do “amigo”. E vieram número de conta, um nome e o e-mail usado como Pix. O valor? R$ 4.445,00.

E veio ainda o pedido: “Me manda o comprovante quando fazer (sic) por favor”.

Dez minutos depois, uma pergunta: “Conseguiu fazer?”

Meia hora depois, nova tentativa, apenas com um breve cumprimento à espera de resposta: “Opa”.

O detalhe é que, no dia seguinte, o criminoso ainda trocou a imagem “original” no WhatsApp por outra. Provavelmente, em busca de novas vítimas.

O pedido de ajuda que sairia muito caro à vítima. Imagem da mensagem

CLONAGEM DO WHATSAPP

Estes são apenas alguns dos muitos golpes praticados por presos, que teoricamente não deveriam ter celulares nas celas.

Eles normalmente usam contas de amigos que estão à solta, os quais são rapidamente acionados para buscar o dinheiro, quando o golpe dá certo.

Segundo a Febraban, pra conseguir clonar o celular, os criminosos enviam uma mensagem se passando por funcionários de empresas em que a vítima tem cadastro.

Solicitam um código de segurança, que já foi enviado por SMS, afirmando que se trata de atualização, manutenção ou confirmação do cadastro.

O código que a vítima reenvia permite que os criminosos repliquem a conta de WhatsApp em outro celular. Aí, passam a aplicar golpes usando o nome da vítima.

Reportagem do Uol explica que, para evitar a clonagem do WhatsApp, basta habilitar no aplicativo a opção de segurança “Verificação em duas etapas”.

CADASTRAR O PIX

Tem também o golpe em que bandido entra em contato com a pessoa, dizendo ser funcionário do banco em que a vítima tem conta.

Ele oferece ajuda para que o cliente cadastre a chave Pix. Pra testar, a vítima é induzida a fazer uma transferência.

A Febraban alerta que dados pessoais jamais são solicitados pelas instituições financeiras. E que funcionários de bancos não ligam a clientes para fazer testes com o Pix. Na dúvida, procure o banco.

E, quando algum amigo ou conhecido pedir, de alguma forma, alguma quantia em dinheiro pelo WhatsApp, ligue no telefone dessa pessoa. Se não conseguir, o de algum parente.

Todo cuidado é pouco para evitar que o seu dinheiro suado chegue a criminosos que têm muito tempo pra pensar em golpes enquanto desfrutam de suas penas.

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