Conforme dados do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), unidade do Ministério Público do Paraná, 22 pessoas morreram em confrontos com policiais em Foz do Iguaçu durante o ano de 2022.
O número representa um salto de 144% na comparação com 2021, quando nove óbitos foram registrados em circunstâncias semelhantes. Em 2022, apenas Curitiba (121) e Londrina (50) tiveram mais registros no Paraná. O levantamento leva em consideração confrontos com policiais militares, policiais civis e guardas municipais. No caso de Foz, as ocorrências envolvem apenas PMs.
Os dados mostram um aumento de casos nos últimos três anos. Em 2019, o município sequer aparecia na lista das 14 cidades paranaenses divulgada pelo GAECO. Foram 12 mortes em 2020 e outras nove em 2021.
Aumento no Paraná foi de 17,3%
Em todo o Paraná, foram registradas 488 mortes em confrontos com esses agentes de segurança, o que representa um aumento de 17,3% em relação aos registros de 2021, quando 416 pessoas perderam a vida dessa maneira. Do primeiro para o segundo semestre de 2022, houve uma redução de 8% nas ocorrências.
A maior parte dos registros tem origem em confrontos com policiais militares: 483 (75 mortes a mais do que o registrado em 2021). Também houve dois casos envolvendo policiais civis (um em Guaíra e outro em Quitandinha) e três com guardas municipais (dois em Curitiba e um em Araucária).
Nos confrontos com policiais militares, 247 vítimas eram pardas (51%); 33, negras (7%); e 203, brancas (42%). Em relação à faixa etária, 287 vítimas de confrontos com policiais militares tinham entre 18 e 29 anos (59,42%); 166 tinham idade entre 30 e 59 anos (34,37%) e 30 tinham entre 13 e 17 anos (6,21%).
O controle estatístico das mortes em confrontos policiais pelo GAECO faz parte de estratégia institucional de atuação do MPPR com o objetivo de contribuir para a diminuição da violência nas abordagens conduzidas pela polícia. As iniciativas do Ministério Público com esse intuito são constantemente discutidas com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar.
Nesse contexto, o Ministério Público do Paraná, a exemplo dos demais MPs do Brasil, aderiu ao programa nacional “O MP no enfrentamento à morte decorrente de intervenção policial”, instituído pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por meio da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança. A iniciativa do CNMP tem como objetivo assegurar a correta apuração das mortes de civis em confrontos com policiais e guardas municipais, garantindo que toda ação do Estado que resulte em morte seja investigada.
Na quinta-feira (2), enviamos 7 perguntas ao setor de comunicação do 14º Batalhão de Polícia Militar de Foz do Iguaçu sobre o aumento do número de mortes em confrontos, porém não tivemos respostas até o momento da publicação. Tão logo corporação responda, atualizaremos a matéria.
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