Um dos peões do colono menonita assassinado era brasileiro. Um terceiro peão conseguiu escapar.
Depois de exigir – e conseguir – o pagamento de um resgate, os sequestradores mataram o colono menonita Helmut Ediger, de 74 anos; o capataz dele, Rolando Díaz González; e o peão brasileiro Odair dos Santos. Outro sequestrado conseguiu fugir.
Os crimes aconteceram na segunda-feira, 22, em Itacurubí del Rosario, departamento de San Pedro, a 320 km da fronteira, por rodovia. Ali o menonita possuía uma fazenda de criação de gado. O Ministério Público acompanha o caso, que gerou comoção no país.
A polícia do Paraguai disse que o filho do fazendeiro pagou um resgate milionário. O jornal paraguaio apurou que poderia ser equivalente a R$ 1,6 milhão.
Depois de pegar a bolsa com o dinheiro, os sequestradores mataram a tiros duas vítimas e a terceira a facadas. O quarto sequestrado, o jovem Eder Cordeiro Machado, filho do capataz, conseguiu fugir quando o homem que o vigiava se distraiu. Eder ouviu os tiros e correu desesperado, até encontrar uma casa onde pediu ajuda e a polícia foi chamada, conforme o jornal ABC Color.
PAGAMENTO
O fazendeiro e seus funcionários foram sequestrados por volta das 11h, quando inspecionavam o gado da propriedade. Foram levados a uma região de mata, pertencente à fazenda, e dali, pelo celular da vítima, os sequestradores telefonaram ao filho do colono para pedir dinheiro.
O filho do fazendeiro contou que seguiu as instruções passadas pelos criminosos e deixou a soma de dinheiro no local que eles indicaram, por volta das 15h. Junto, teve que deixar seu telefone celular, aparentemente para que não pudesse pedir ajuda de imediato, segundo o subcomissário José Noguera disse ao ABC Color.
Mesmo cumprindo as exigências, o filho do colono disse que não teve notícias de seu pai e dos outros sequestrados.
Por volta das 18h, a polícia entrou no caso, já que corriam boatos sobre o sequestro. Ao investigar, os policiais souberam que um dos sequestrados havia conseguido fugir.
Depois das 19h, os corpos foram encontrados por agentes da Polícia Nacional, com base nas informações prestadas por Eder Cordeiro Machado.
A suspeita preliminar é de que os sequestradores são da região e que tenham sido reconhecidos pelos assassinos, embora usassem máscaras. “Eles estavam decididos a executar a vítima (o colono menonita) sendo ou não pago o resgate”, disse o subomissário José Noguera.
DOIS SUSPEITOS
O jornal ABC Color informou que o comissário César Silguero, em entrevista à Rádio ABC, disse que dois autores dos assassinatos foram identificados.
A polícia está investigando se os sequestradores são os mesmos que atacaram o fazendeiro em 31 de julho deste ano.
OS MENONITAS
A comunidade menonita no Paraguai é formada por cerca de 30 mil pessoas que vivem em 19 assentamentos entre o Chaco Paraguaio e a região oriental do país. Elas fazem parte de uma comunidade religiosa que surgiu na Alemanha e Países Baixos durante a Reforma Protestante, no século XVI.
Os primeiros menonitas que chegaram ao Paraguai, em 1927, haviam sido expulsos da Rússia, pela Revolução Comunista.
Em 1945, mais menonitas chegaram ao Paraguai. Eles tinha fugido da Rússia para a Alemanha junto com o exército alemão. Ameaçados de deportação para a Rússia, corriam o risco de morte, prisão ou exílio para a Sibéria.
Menonitas do Canadá e Estados Unidos organizaram uuma ajuda e eles puderam emigrar para o Paraguai e o Uruguai.
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