
Familiares e amigos do auxiliar de eletricista Gilberto de Almeida, 59 anos, e de seu filho, Alexsandro Leal de Almeida, 29 anos, fizeram um protesto, por volta das 18h dessa quinta-feira, 17, no cruzamento das avenidas Juscelino Kubistchek e Carlos Gomes.
A manifestação pacífica ocorreu justamente no trecho em que pai e filho morreram, no dia 17 de março deste ano, após um Chevrolet Cobalt bater na traseira da moto das vítimas, que aguardavam o sinal verde do semáforo para fazer a conversão no sentido Vila Portes.
O protesto foi realizado para lembrar um mês do acidente e mostrar que a família está atenta em relação à condução do processo.
O veículo era dirigido pelo gerente de vendas David André Martens, 36 anos, que passou a ser considerado réu no processo depois de a Justiça aceitar denúncia feita pelo Ministério Público do Paraná (MPPR).
Conforme a denúncia do MP, David teria bebido cerveja em um bar da Vila A, na noite de domingo, 16 de março, e durante a madrugada do dia 17 em uma casa noturna situada na Avenida Paraná. Imagens de câmeras comprovam a presença dele nos locais.
Na Vila A, o consumo foi de oito cervejas, cuja conta ficou em R$ 144,20. Lá, ele permaneceu entre 18h34 e 21h13. Na casa noturna, imagens mostram o acusado com pelo menos dois baldes de cerveja.
Namorada de Alexsandro, Karoline Schoingele, 30 anos, disse que só agora a família começou a ver resultado no processo, porém ainda aguarda a prisão do motorista.
Segundo ela, Gilberto e Alexsandro faziam o percurso todos os dias de moto, do Morumbi à Vila Portes, sempre parando no semáforo.
O jovem trabalhava em um atacadão, no qual entrava às 5h e saía por volta de 13h40. Assíduo, o rapaz era pontual e não gostava de se atrasar. Ele e o pai sustentavam a mãe e outro irmão.

Uma das irmãs, Juliana de Almeida, 33 anos, afirmou que a família está mais aliviada agora com o avanço do processo, contudo critica o fato de a Justiça não ter autorizado a prisão de David.
Para ela, o caso começou a desenrolar-se graças ao apoio da imprensa. “Ainda tivemos que escutar que estamos fazendo tempestade em copo d’água”, relatou.
Crimes imputados
São imputados ao motorista os crimes de duplo homicídio duplamente qualificado (por perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas) com dolo eventual, embriaguez ao volante e fuga do local do crime.
Também pesa sobre o denunciado a contravenção penal de ter deixado de identificar-se às autoridades policiais.
O MP solicitou à Justiça a prisão preventiva do acusado, entretanto a Justiça negou o pedido, alegando que David tem endereço fixo e emprego e não apresenta antecedentes criminais, entre outras questões.
Em nota enviada à RPC e divulgada no programa Meio dia Paraná, a defesa do motorista informa que lamenta o acidente e expressa profundos sentimentos à família das vítimas.
O documento também menciona, que apesar de grave, a colisão não se assemelha a outros acidentes sérios veiculados pela mídia.
A defesa irá aguardar a citação formal da justiça para ter acesso a denúncia e desmistificar eventuais excessos por parte da acusação em razão da comoção social gerada pelo fato em si, conforme a nota.
De acordo com o informe, o cliente permanece à disposição da justiça e da família para auxiliar e colaborar no que for possível.
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