Seis de janeiro seria o prazo para a conclusão da reforma na UPA do Morumbi em Foz do Iguaçu, permitindo a retomada do atendimento à população, que hoje precisa deslocar-se para outra unidade, quase sempre cheia. Isso se a prefeitura cumprisse o prazo de 60 dias anunciado para entregar o trabalho, que começou em 7 de novembro do ano passado.
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O custo informado na época pela prefeitura também aumentou acentuadamente, passando dos R$ 558.815,42 iniciais para aproximadamente mais de R$ 1 milhão, valor projetado agora pela gestão municipal. Ao H2FOZ, a administração reportou que a previsão para entregar a reforma é na primeira quinzena de fevereiro, sem citar data específica.
A prefeitura alega ter necessitado incluir novos serviços. “Durante o início da fase de demolições na reforma, identificamos problemas estruturais significativos no telhado (cobertura), os quais precisaram ser abordados e incluídos no escopo do projeto”, expôs, à reportagem, por meio da assessoria.
“Além disso, inicialmente planejávamos realizar apenas a instalação de novos pontos e manutenções nos sistemas de gases medicinais e lógica”, completou. Esses “danos ocultos durante a análise prévia da reforma” determinaram a revisão total dessas áreas, “resultando na substituição completa desses sistemas”, concluiu.
Quando decidiu fazer a benfeitoria, a prefeitura já previa troca da cobertura. “A unidade passará por uma substituição da cobertura que deverá sanar os problemas de goteiras e infiltrações; e ainda, por uma restauração de todos os tetos, forros, pisos e paredes que hoje se encontram degradados”, informou, em novembro.
Para a reforma, todo o atendimento, que antes era feito na unidade do Morumbi, foi direcionado para a UPA João Samek. Resultado: transtorno aos usuários da saúde pública iguaçuense e muitas reclamações, não apenas de pacientes e familiares como de profissionais de saúde, que apontam falta de condições mínimas para o trabalho no equipamento.
O Ministério Público (MP) também se posicionou instando o prefeito Chico Brasileiro (PSD) a agir para evitar o “colapso” na João Samek. A recomendação administrativa, do começo de dezembro, é assinada pelo promotor de justiça Luís Marcelo Mafra, que atua em Foz do Iguaçu.
Na ocasião, a promotoria citou um documento entregue ao órgão, assinado por 55 profissionais da saúde, com relatos de diversos problemas na unidade. As reclamações de médicos, enfermeiros e técnicos mencionavam “falta de estrutura necessária no respectivo equipamento de saúde” e sobrecarga das equipes.
Reforma
A própria reforma na UPA do Morumbi ocorre para que a prefeitura consiga cumprir acordos com o Ministério Público, no contexto das ações civis públicas 0010667-75.2016.8.16.0030 e 0005506-84.2016.8.16.0030. Tais intervenções da promotoria, relatou a própria administração de Foz do Iguaçu, requerem na unidade de pronto atendimento:
- reestruturação infraestrutural;
- melhorias no fluxo administrativo e no atendimento aos pacientes; e
- cumprimento das prerrogativas da Vigilância Sanitária.
Ao comunicar as reformas, a prefeitura declarou que a “obras na UPA do Morumbi prevêem diversas mudanças estruturais com foco em promover melhorias na qualidade de atendimento aos usuários e também no ambiente de trabalho aos servidores”. As melhorias, elencou, incluem nova sala de medicação com quase o dobro do tamanho da atual.
Marcos Kennedy