Paralisação também inclui unidades de atendimento geridas pela Fundação Municipal de Saúde.
Em assembleia realizada na noite desta terça-feira, 15, profissionais da saúde aprovaram greve no Hospital Municipal Padre Germano Lauck e nas demais unidades de atendimento administradas pela Fundação Municipal de Saúde (FMS). A categoria afirma que, desde setembro do ano passado, vem perdendo direitos trabalhistas.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde, por meio do setor jurídico, adotará os procedimentos para a paralisação, que será comunicada à população. Conforme os dirigentes sindicais, 70% dos trabalhadores cruzarão os braços, e 30% manterão a prestação dos serviços, de acordo com a previsão legal.
Presidente do Sindicato da Saúde, Paulo Sérgio Ferreira explicou ao H2FOZ que a categoria tem enfrentado problemas frequentes na folha de pagamento e corte de insalubridade. “E gestantes grávidas tiveram que trabalhar mesmo no período em vigorava o decreto federal que proibia essa situação”, revelou.
O mais recente ponto de insatisfação, conforme o dirigente sindical, foi a instituição do banco de horas, por normativa da direção da Fundação Municipal de Saúde. “É uma injustiça, pois o trabalhador vai depositar suas horas adicionais em um banco para receber em seis meses. Isso precisa de negociação com o sindicato e deliberação coletiva dos trabalhadores”, frisou Paulo Ferreira.
“São trabalhadores que já têm remuneração baixa e que não querem aderir ao banco de horas”, expôs. “Eles prestam serviços em jornadas extenuantes, em setores com até 45 pacientes para apenas três profissionais”, declarou o presidente do Sindicato da Saúde à reportagem.
“Os trabalhadores compareceram em peso, em número expressivo. Estamos lançando um pedido de socorro e esperamos que as autoridades competentes vejam isso”, avaliou. Ainda conforme o presidente do sindicato, mesmo com a greve aprovada, a categoria mantém-se aberta para negociação com o poder público em torno das reivindicações.
Liminar de última hora
Segundo Paulo Sérgio Ferreira, a assembleia precisou ser realizada em área pública, na frente do Hospital Municipal, junto à Avenida Paraná, devido a uma liminar obtida pela FMS na Justiça proibindo a atividade dos profissionais dentro do espaço público. Motoristas que passavam pela via buzinavam em apoio aos chamados “heróis da pandemia”.
“E a Fundação Municipal de Saúde também voltou a dizer que o sindicato não representa os trabalhadores da saúde, o que não é verdade, já tem decisão consolidada na Justiça a nosso favor”, reportou. “A gestão quer comprar a mesma briga que enfrentamos com Reni Pereira [ex-prefeito]. Quando se fala isso é para suprimir direito, mas não vamos deixar”, disse Paulo.
Outro lado
Antes da assembleia, em entrevista à Rádio Cultura, o diretor-presidente da Fundação Municipal de Saúde, Amon Mendes de Sousa, declarou que pretende manter as decisões recentes, como o banco de horas. Ele defendeu a legalidade da medida, que será por “acordo individual”, e que não há previsão orçamentária para pagamento de hora extra.
O diretor ainda verbalizou a opinião de que a deflagração de greve não tem amparo legal. “Do ponto de vista legal, o sindicato não tem nenhuma razão ou direito em fomentar greve, eles [a entidade sindical] estão totalmente irregulares na decisão deles”, afirmou Amon à Rádio Cultura
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