Não deveria precisar, mas Jean Rios, o “Jean do CCZ”, orienta como o morador pode ajudar a enfrentar esse problema “tão antigo e tão fácil de combater”; assista à entrevista.
A dengue é um problema “tão antigo e tão fácil de combater”. Assim resume Jean Rios, coordenador do Programa de Vetores do Centro de Controle de Zoonoses, o “Jean do CCZ”, em entrevista ao programa Marco Zero. Para esse enfrentamento, é necessária uma combinação de ações do poder público e a contribuição da população de Foz do Iguaçu.
Assista à entrevista.
Os números recentes preocupam, e não são apenas estatísticas. É muito difícil não ter uma família com caso de dengue em casa ou na vizinhança, o que causa dor e sofrimento às pessoas e pressiona o serviço público de saúde. De agosto de 2021 a maio deste ano, são 7,8 mil notificações da doença e 575 casos confirmados, sendo que os dados extrapolaram nas duas últimas semanas, atingindo 800 ocorrências.
Nesse contexto, da parte do morador, o cuidado frequente com casa e quintal evita a manutenção de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças. Como? “Cada um deve fazer a sua parte, e os cuidados devem ser diários”, reforça Jean.
“É preciso evitar água parada, pois qualquer objeto pode se transformar em um criadouro”, enfatiza. “É necessário verificar calha, vaso de planta, pneus, brinquedos, caixas-d´água ou de gordura e até mesmo uma tampa de bebida jogada no quintal pode virar um criadouro do mosquito”, enfatiza o profissional da saúde.
Na entrevista, Jean Rios relata que os ovos de Aedes aegypti podem durar até 450 dias, mais de um ano à espera de contato com água. Ele explicou por que não é utilizado o fumacê e que neste momento a novidade no combate à doença é a instalação de estações disseminadoras de larvicidas (EDLs), projeto da Fiocruz Amazônia em parceria com o Ministério da Saúde.
Decreto
A escalada de notificações e casos de dengue em Foz do Iguaçu levou a prefeitura a emitir decreto nessa quinta-feira, 19. Pela normativa, “proprietários ou responsáveis por imóveis terão o prazo de três dias, improrrogáveis, para manter limpos terrenos, quintais e edificações”, a fim de evitar o acúmulo de água e possibilitar a criação do mosquito, informou a Agência Municipal de Notícias (AMN).
Em casos de vistoria ou atendimento a denúncias, e confirmado o descumprimento dessa determinação, será aplicada uma multa de 30 UFFIs (Unidades Fiscais de Foz do Iguaçu), cujo valor é de R$ 101,65 cada uma. Também será cobrada taxa para que a limpeza seja feita pela administração.
“Caso sejam encontrados materiais com água parada e larvas do mosquito transmissor da dengue, o valor da multa será de 70 UFFI”, completou a AMN. Se houver nova constatação de irregularidades similar, o valor da multa poderá ser cobrado em dobro do proprietário do imóvel.
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