Se a direção do Hospital Municipal Padre Germano Lauck não efetuar o pagamento de 8% de reajuste salarial, aprovado em convenção coletiva do setor, os trabalhadores da unidade deflagrarão greve nesta quarta-feira, 12. A categoria também cobra aumento do vale-refeição.
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É o que deliberou a assembleia da categoria, realizada quinta-feira, 6, na área de fora do hospital, junto à via pública. Os profissionais alegam que todo o ano enfrentam as mesmas dificuldades para assegurar os índices pactuados com o segmento patronal da saúde.
A paralisação poderá estender-se às duas unidades de pronto atendimento no Morumbi e do Jardim das Palmeiras. Esses equipamentos, assim como o hospital, são geridos pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), com recursos públicos transferidos pela prefeitura.
Dirigindo-se à população, o presidente do Sindicato de Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde (SEESSFIR), Paulo Sérgio Ferreira, disse que a paralisação representa uma solicitação de ajuda. Segundo ele, além dos salários, outros problemas afetam as condições de trabalho.
“É pedido de socorro dos trabalhadores do Hospital Municipal, que já não aguentam mais”, afirmou. “Todos os anos é a mesma coisa, não temos nossos direitos garantidos. Por isso, contamos com o apoio da população”, enfatizou.
O Sindicato da Saúde reivindica:
- 8% de reajuste aplicado sobre os salários de julho; e
- aumento do vale-alimentação de R$ 610 para R$ 660.
Conforme o dirigente sindical, foi solicitada à FMS a escala de trabalho para que o Sindicato da Saúde organize o cronograma de greve seguindo as normas previstas em lei. Caso não ocorra negociação, os trabalhadores irão cruzar os braços às 7h, no portão de entrada do Hospital Municipal.
A reportagem pediu o posicionamento da gestão municipal. A assessoria informou que a Fundação de Saúde emitirá nota nesta segunda-feira, 10.
Mediação
O Ministério Público do Trabalho (MPT) reunirá, na tarde desta segunda-feira, representantes do Sindicato da Saúde e da Fundação Municipal de Saúde para a segunda audiência de conciliação. A primeira ocorreu sexta-feira, 7. Caso haja acordo, a greve poderá ser suspensa.
O H2FOZ teve acesso ao termo da primeira reunião de mediação. Nela, o MPT relata que a FMS argumenta não ter orçamento próprio, sendo dependente da prefeitura, e que o índice exigido pelo sindicato não pode ser pago devido à folha de pagamento do município estar no limite estabelecido pelo Tribunal de Contas.
A ata também expõe os argumentos do Sindicato da Saúde. “A Fundação [FMS] não comprova nada do que alega quanto à impossibilidade de reajuste”, diz o texto. Na audiência, Paulo Sérgio Ferreira declarou haver “muitos cargos comissionados que demandam recursos que poderiam ser remanejados”, de modo a aliviar o orçamento público.
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