Paraguai lança vacinação em escolas, para frear nova onda da pandemia

É mais uma tentativa para aumentar o índice de imunização entre a população, no momento em que há um novo surto da doença.

É mais uma tentativa para aumentar o índice de imunização entre a população, no momento em que há um novo surto da doença.

O governo do Paraguai iniciou nesta segunda-feira, 22, a campanha “Vacinação de Estudantes”, que levará vacinas às escolas, com a meta de imunizar contra a covid-19 cerca de 200 mil adolescentes de 12 a 17 anos.

A maior preocupação é com o aumento dos casos e óbitos provocados pelo que as autoridades de saúde acreditam ser uma terceira onda da pandemia.

O Paraguai é o segundo país da América do Sul com o pior índice de vacinação, à frente apenas da Bolívia. Foram imunizados com uma dose 46% dos paraguaios, enquanto 35,4% receberam as duas doses.

Mesmo com este índice baixo, os efeitos da vacinação já ficaram bem marcados na queda dos números de casos e de mortes pela covid-19.

No auge da pandemia, morriam cerca de 200 pessoas por dia. Já em agosto, com 2,2 milhões de paraguaios vacinados, o número de óbitos baixou para 20 por dia.

Em 25 de setembro, o país pôde comemorar o primeiro dia sem registro de mortes pela doença.

EM ALTA

O problema é que a pandemia reapareceu mais forte. Há cerca de um mês, a média diária de óbitos por covid-19 era abaixo de um. Mas, na última semana, houve o registro de 3,4 mortes por dia, conforme o site Worldometer. E os novos casos já chegam a quase 50 por dia.

Ou mais: o site da agência Reuters aponta a média de 75 casos por dia, o que equivale a 2% do média diária mais alta registrada pelo país, o que ocorreu em 26 de maio. E a tendência é de alta, conforme a Reuters.

E isso já aparece nos informes da Saúde Pública do Paraguai. No sábado, 20, houve a confirmação de 41 novos casos e de cinco mortes. Duas pessoas que morreram tinham entre 40 e 50 anos e três eram idosas com mais de 60 anos. E mais: dois mortos não estavam vacinados, mas três deles, sim.

O Ministério de Saúde informou, também, que havia no sábado 82 pacientes internados, dos quais 38 em unidadesde terapia intensiva. Dos pacientes em estado mais grave, 25 não estão imunizados, 9 tomaram as duas doses e 4 apenas uma dose.

Os cinco óbitos foram de moradores de Alto Paraná e de Caaguazú.

VACINAÇÃO

O governo tem como meta vacinar 80% dos paraguaios até o final do ano. Há um estoque de 2 milhões de vacinas e há previsão de entrega de mais doses.

O problema é que, entre os paraguaios, há uma maioria que simplesmente não acredita na vacina e não procura os postos para se imunizar.

A desconfiança nas vacinas é provocada pela desinformação, propagada inclusive por um ou outro médico. Nos últimos dias, segundo o jornal Última Hora, aumentou a procura por vacinas, mas as pessoas que mais procuram os postos são as que têm idades entre 20 e 49 anos. Os mais velhos parecem ser mais afetados pela desinformação.

A vacinação em escolas é uma medida para intensificar a imunização. A campanha segue até sexta-feira, 26, em 1.057 escolas de todo o país.

Os estudantes receberão não apenas a vacina anticovid, mas todas as que fazem parte do Programa Ampliado de Imunizações.

O ministro de Educação do Paraguai, Juan Manuel Brunetti, acredita que, com esta campanha de vacinação, em 2022 as aulas já iniciarão 100% presenciais.

ALTO PARANÁ

A vice-ministra da Saúde do Paraguai, Lida Sosa, que no final de semana acompanhou a visita do ministro Julio Borba a autoridades municipais de Alto Paraná, disse que o departamento é uma das principais preocupações do governo, devido ao aumento de contágios e de mortes por covid-19.

“Estamos tendo três semanas de aumento de contágios sustentável”, disse, salientando que, se a curva de contágios não reduzir, podem ser adotadas medidas de lockdown.

Ela atribui os contágios à baixa procura por vacinas, em Alto Paraná, e também ao relaxamento das pessoas, já que muitas não usam mais máscaras cirúrgicas e não evitam aglomerações.

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