No informe desta terça-feira, 26, o Ministério de Saúde Pública do Paraguai confirmou 117 óbitos e 3.223 novos casos de covid-19, mantendo a média alta dos últimos dias.
O mais grave é que, das 3.664 pessoas hospitalizadas, 601 delas estão em unidades de terapia intensiva, cifra recorde na pandemia.
O Paraguai soma 8.591 óbitos desde o início da pandemia e 338.914 casos positivos.
SEGUNDO EM MORTES
O resultado desta terça-feira não deve ter alterado a posição do Paraguai no ranking mundial.
Na semana até segunda-feira, 25, o país ocupou o 2º lugar no mundo em mortes por covid-19, proporcionalmente à população.
Segundo a universidade Johns Hopking, o Paraguai registrou o índice de 15,7 mortes por milhão de habitantes.
Está atrás apenas do Uruguai, que durante 20 dias liderou o ranking e fechou a semana com 16,5 mortes por milhão.
A relação, até o 10º lugar, tem sete países da América do Sul: Argentina (3º lugar), Trinidad e Tobago (5º), Colômbia (6º), Brasil (7º) e Peru (9º).
Fecham a lista as Ilhas Maldivas (4º), Bahrein (8º) e Macedônia do Norte (10º lugar).
RANKING GERAL
A soma de óbitos no Paraguai, desde o inicio da pandemia, é de 8.591, o que corresponde a 1.191 mortes por 1 milhão de habitantes.
Isto é, representa apenas a metade do índice brasileiro, de 2.114 mortes por 1 milhão de habitantes, que é o 11º mais alto do mundo.
O Paraguai está na 38ª posição, sempre comparando as mortes em relação ao total da população.
Mesmo assim, a covid-19 já matou mais no Paraguai, proporcionalmente, do que na Grécia, Equador, Alemanha, África do Sul e Líbano, pra ficar em alguns exemplos.
MORTE A CADA X PESSOAS
Outro indicador, este do Worldometers: há 1 morte por covid, no Paraguai, a cada 839 habitantes. No Brasil, é o dobro: 1 morte a cada 473 brasileiros, um dos piores indicadores do mundo.
O Brasil está na 196ª posição (quanto mais alta, pior; vai até 222); o Paraguai, na 169ª. E a Argentina, na 183ª.
Mas a situação da Argentina, bem melhor que a brasileira, tinha se agravado nos sete dias até segunda-feira, 25.
O país ficou em 3ª lugar no mundo, em mortes, atrás justamente de Uruguai e Paraguai.
VACINAÇÃO
Os três países, Brasil, Paraguai e Argentina, estão num ritmo de vacinação muito lento. E o Paraguai está pior.
Na Argentina, segundo o portal Our World in Data, 14% da população receberam a primeira dose da vacina anti-covid; e 5,4% as duas doses.
No Brasil, 10% receberam a primeira dose e 9,9% as duas doses.
Já o Paraguai conseguiu, até agora, imunizar apenas 2,82% dos habitantes com uma dose; e 0,73% com duas doses.
MEDIDAS DE CONTROLE
Os números recentes da pandemia apavoram médicos, enfermeiros e todos que lidam com a doença. Mas o Ministério de Saúde Pública não tem forças para pedir restrições.
Já abalado pela má condução do governo na pandemia e por não ter conseguido que a economia do país se mantivesse estável, o governo do presidente Mario Abdo Benítez não sabe o que fazer.
O pneumólogo Carlos Morínigo, do Instituto Nacional de Enfermidades Respiratórias e do Ambiente (Ineram), pede que o governo determine quarentena total por duas semanas.
Segundo ele, se não forem adotadas medidas restritivas, pacientes morrerão nas ruas, como disse ao jornal Última Hora.
Mas o governo deve se responsabilizar pela assistência econômica aos setores mais atingidos ou prejudicados com essas restrições, para que possam atender ao cumprimento delas, segundo o especialista.
“Nossa única esperança era realizar uma vacinação massiva da população, coisa impossível pela baixa quantidade de vacinas que chegam”, lamentou.
SEM RETORNO À FASE ZERO
Porém, o ministro da Saúde, Julio Borba, descartou a hipótese de o país voltar a uma quarentena restrita e total, apesar da escalada da pandemia.
Embora ele tenha dito na segunda-feira que iria avaliar com o governo mais restrições, segundo o jornal La Nación, na manhã desta terça-feira, 26, ele voltou atrás.
“Vamos sentar-nos e avaliar para ver o que mais podemos fazer, foi o que eu disse ontem. Eu em nenhum momento falei de voltar à fase zero”, garantiu.
E afirmou que serão consideradas outras medidas, que não a quarentena restrita, “para poder amenizar esta situação na qual nos encontramos”, disse.
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