Mais casos, mais mortes. E muitos paraguaios ainda rejeitam vacinas

Até agora, só 140 mil das 900 mil crianças previstas estão inscritas para a imunização, prevista para fevereiro.

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Até agora, só 140 mil das 900 mil crianças previstas estão inscritas para a imunização, prevista para fevereiro.

O site Worldometers confirma em números o que o Paraguai já sabe na prática: os casos de coronavírus proliferam no país.

Na última semana, até terça-feira, 11, houve 12.046 casos confirmados de infecção pelo vírus, um aumento de 160% em relação à semana anterior.

Cresceu também a mortalidade. Houve 44 óbitos na semana, 52% a mais que os 24 registrados na semana anterior.

As autoridades sanitárias do Paraguai alertam que no final de março se registrará um novo pico de pacientes afetados pela enfermidade, e o que mais preocupa é a baixa procura por vacinas para receber até a primeira dose contra a covid-19, como informa o jornal Última Hora.

No Brasil, houve aumento de 343% nos casos (somaram 306.305), na semana até ontem, e de 22% nos óbitos (855 nos sete dias até ontem).

Na Argentina, casos cresceram 133% (foram 713.099) e mortes 44% (301, na semana até ontem), em relação à semana anterior.

Proporcionalmente à população, a situação brasileira é melhor: são 1.426 casos e 4 mortes a cada 1 milhão de habitantes.

Na Argentina, são 15.560 casos e 7 óbitos a cada 1 milhão.

No Paraguai, já são 1.658 casos e 6 mortes por milhão de habitantes. Está melhor que a Argentina, mas o problema é que a situação vem se agravando a cada dia.

A variante ômicron já está presente pelo menos em 11 dos 17 departamentos (que equivalem mais ou menos a estados, no Brasil, e a províncias, na Argentina)

POUCOS VACINADOS

Imagem: Pixabay

No Paraguai, até agora, há 48% de vacinados com uma dose e quase 42% com as duas doses. Há vacinas, a maioria obtidas por doações de outros países, mas há muita resistência dos paraguaios.

A vacinação de crianças de 5 a 11 anos vai ocorrer em fevereiro. O governo pretende vacinar 900 mil crianças dessa faixa etária, mas até agora apenas 140 mil foram inscritas pelos pais.

O Ministério da Saúde informa que há hoje 12 crianças internadas com covid-19, além de um bebê de oito meses que está na UTI.

Os pais do bebê, segundo o diretor da regional de Saúde do departamento Central, Roque Silva, o pai e a mãe não se vacinaram contra o coronavírus porque não acreditam nos efeitos da vacina.

Desde o início da pandemia, 46 crianças morreram devido à covid. “Sabemos que as crianças sofriam mais a síndrome pós-covid, mas hoje estamos vendo crianças com covid”, reforçou Roque Silva.

E completou: “Falamos sempre que as crianças são as que mais sofrem com o isolamento, e agora a vacina é uma oportunidade poara que possam ter proteção e evitar estes males”.

MAIS DOSES

O jornal Última hora informa que nas próximas semanas devemn chegar ao Paraguai 500 mil doses de coronavac, doadas pelo Brasil, para a imunização de crianças de 5 a 11 anos.

O governo paraguaio também assinou um acordo com a Pfizer para adqurir 1,5 milhão de vacinas pediátricas.

A Sociedade Paraguaia de Pediatria é bem clara no conselho aos pais: assim que as vacinas forem colocadas à disposição, as crianças devem ser levadas “correndo” aos postos de vacinação.

PROTESTO

Durante o protesto, houve até quem quisesse invadir o jornal. Foto publicada no jornal Hoy

Na terça-feira, uma turba antivacina, liderada pelo deputado Jorge Brítez, de Alto Paraná, fez um protesto na frente do jornal Última Hora. O protesto é porque nunca são entrevistados, noticia o jornal Hoy.

O deputado Brítez é aquele que já tirou a camisa para discursar e colocou uma cueca como se fosse uma máscara anticovid.

“Não me surpreende (o protesto) porque esta é a forma que ele consegue (divulgação) na imprensa”, disse sobre Brítez o deputado Basilio Núñez.

Basilio, segundo o jornal La Nación, disse que respeita a decisão dos antivacinas, mas acha que ninguém deve pretender impor seu posicionamento.

“Que não queiram me convencer a ser antivacina”, afirmou, em entrevista ao canal Gen.

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