Decreto prorroga toque de recolher até dia 29. De sábado a segunda, novo lockdown

A Prefeitura decidiu manter todas as restrições de circulação e funcionamento, porque os números de casos diminuíram, mas a ocupação das UTIs continua em 100%.

Um novo decreto da Prefeitura de Foz do Iguaçu, publicado nesta segunda (22), mantém as medidas restritivas para reduzir o número de casos, internamentos e mortes por covid-19.

Embora os dados da Vigilância Epidemiológica apontem que já houve uma redução na média móvel e na taxa de reprodução dos casos, demonstrando a eficiência das medidas aplicadas, ainda é necessário manter as restrições para diminuir o número de internamentos.

Atualmente, a taxa de ocupação das UTI (Unidades de Terapia Intensiva) está acima de 100%, o que exige recursos extras para garantir o atendimento dos casos graves.

O decreto mantém o funcionamento das atividades comerciais, gastronômicas, industriais e de serviços com até 30% do público, e o toque de recolher diariamente das 20h às 5h. As atividades religiosas também podem funcionar com até 30% da capacidade.

As medidas valem até a próxima segunda-feira (29), mas de sábado a segunda entra novamente em vigor o lockdown, com suspensão das atividades comerciais e, a partir das 18h, toque de recolher até as 5h de segunda-feira.

Assim como nos dois últimos finais de semana, fica proibida a circulação de pessoas no município, salvo por motivo de força maior devidamente justificada.

O horário para a entrega de alimentos prontos para o consumo e fornecimento de gás de cozinha foi estendido para até as 22h no sábado e domingo, sendo proibida a retirada no balcão.

MULTA PARA QUEM DESCUMPRIR ISOLAMENTO

Uma nova medida foi acrescentada pelo decreto. Os pacientes positivos ou suspeitos de covid-19 que descumprirem o termo de responsabilidade para o isolamento domiciliar ficam sujeitos a uma multa de 100 unidades fiscais, o equivalente a R$ 9.161,00, além de notificação, com eventual responsabilização criminal.

O descumprimento do toque de recolher sujeita a multas as pessoas flagradas em horários não permitidos, a pé ou de carro, bem como os estabelecimentos comerciais que continuarem funcionando. As multas variam de R$ 916,10 a R$ 9.161,00.

QUEDA DA MÉDIA MÓVEL E DA TRANSMISSÃO

A boa notícia é que os sacrifícios do toque de recolher e do lockdown não foram em vão. Quatro dias depois do toque de recolher, implantado por decreto em 25 de fevereiro, a curva de casos mostrou tendência de queda. O decreto proibiu ainda bailes, confraternizações e atividades esportivas coletivas.

No boletim desta segunda-feira, 22, divulgado pela Vigilância Epidemiológica, a média móvel de casos diários de covid-19 era de 133,43, uma queda significativa na comparação com 14 dias atrás, quando a média era de 307,57 por dia. A média móvel leva em consideração os últimos sete dias. Atualmente, são 483 casos ativos da doença na cidade, menor índice desde 17 de fevereiro.

O lockdown adotado pelo município nos últimos dois finais de semana, com fechamento total do comércio e restrição de circulação de pessoas, também apresentou índices positivos. Foram 68,5% de isolamento social neste domingo (21) e 74,6% no domingo passado (14), os maiores índices registrados desde o início da pandemia, em março do ano passado.

A taxa de reprodução de casos no município atualmente está em 0,79 – o que significa que cada pessoa infectada transmite para 0,79 pessoas o vírus. Há 15 dias, a taxa era de 1,11 – mais um indicativo de que as medidas restritivas foram efetivas.

INTERNAÇÕES

Internamentos no Hospital Municipal devem apresentar queda dentro de 30 dias, segundo o diretor da instituição. Foto Marcos Labanca

O diretor geral do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, Sergio Fabriz, afirma que, com a queda no número de casos, será possível reduzir as internações em até 30 dias. “Uma pessoa infectada pode agravar e precisar de UTI em até 10 dias, podendo permanecer internada por 15 ou 20 dias, por isso a redução no número de internamentos será sentida nos próximos 30 dias, em média”, explicou.

Segundo ele, para que o sistema hospitalar volte a operar na sua normalidade, o ideal seria reduzir para 300 casos ativos e no máximo 100 casos por dia. “Os decretos com as medidas restritivas são importantes e foram eficazes para a redução de casos. Esperamos que a população continue colaborando e redobrando os cuidados para que possamos reduzir as internações e casos graves”, comentou.

A secretária de Saúde, Rosa Maria Jeronymo, avaliou as ações como positivas e voltou a pedir o apoio da população para frear a transmissão da Covid-19. “A Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com o Hospital Municipal, tem feito grandes esforços para atender a população e fazer com que as pessoas não evoluam para a forma grave, mas precisamos muito do apoio de todos). É fundamental que as pessoas entendam, que neste momento, é preciso ficar em casa e sair somente quando extremamente necessário”, disse.

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