O aumento dos contágios e das mortes apavorou não apenas o setor de saúde, no Paraguai, mas até a imprensa está impressionada. O jornal Última Hora destacou, na edição on line desta quinta-feira, 11: “Explosão de contágios: mais de 14 mil casos e 200 mortes em 10 dias”.
Por coincidência, o mesmo levantamento foi feito pelo H2FOZ. Leia: Foz do Iguaçu: março soma 59 mortes por covid-19 em 10 dias”.
No texto, como você verá, há os números não só dos óbitos, mas dos casos. Como havia números daqui e de lá às mãos, ficou fácil usar a máquina de calcular para saber: onde a situação está pior, na Foz do Iguaçu de menos de 259 mil habitantes ou no Paraguai, com seus 7,3 milhões de habitantes?
O único jeito de comparar é utilizando medidas proporcionais. No caso, faz-se o cálculo para se chegar ao coeficiente de incidência, nos casos de covid (casos confirmados por 100 mil habitantes); e ao coeficiente de mortalidade (número de óbitos por 100 mil habitantes).
Os resultados não chegam a surpreender, apenas mostram que devemos nos cuidar muito, porque a situação em Foz está à beira da catástrofe.
Foz teve, em apenas 10 dias, 2.755 diagnósticos positivos para covid-19; no Paraguai, em números absolutos, foi muito mais: 14.539 novos casos.
COEFICIENTES DE CASOS E MORTES
No entanto, ao se procurar o coeficiente de incidência, vê-se que o índice chega a 1.063,7 contágios por covid-19 a cada 100 mil iguaçuenses; no Paraguai, o índice é de 199,1. Inverte-se a relação: a incidência da covid-19, em Foz, foi 5,3 vezes maior do que no país vizinho, nesses primeiros 10 dias de março.
A situação é mais alarmante ainda, no comparativo, se se procurar o coeficiente de mortalidade de cada um. As 59 mortes em Foz equivalem a 22,7 óbitos a cada 100 mil iguaçuenses; no Paraguai, as 206 mortes representam 2,82 óbitos a cada 100 mil habitantes. Isto é, o indicador de Foz é nada menos que 8 vezes superior ao do Paraguai.
Os paraguaios têm motivo para temer? Logicamente, ainda mais que está praticamente confirmada a circulação do vírus brasileiro por lá, que infecta muito mais e – teme-se – também traz mais problemas à saúde do infectado.
Mas, para nós, é mais que temor. É pânico. Mas calma, não adianta arrancar os cabelos. O que adianta é se cuidar e cuidar do próximo.
Mais do que nunca, é preciso respeitar os protocolos que as autoridades de saúde tanto divulgam: manter distanciamento social, lavar as mãos com frequência, usar álcool em gel e máscara facial.
Não é nada do que gostamos de fazer no dia a dia. Mas é vital. Pra nós e pros nossos parentes, vizinhos, amigos. Um relaxo nosso e podemos, sem saber, estar com o vírus. E espalhar por aí dor e morte.
Observação: para o comparativo, utilizados dados oficiais do Paraguai, que indicam uma população de 7,3 milhões de habitantes, em 2021. Para Foz, foi a projeção do IBGE para 2020, que arredondamos para 259 mil moradores.
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