Não adianta sonhar com dias em que não haverá coronavírus no ar. Ainda estamos longe disso. A vacinação deve dar resultado só no segundo semestre.
Até os moradores de Puerto Iguazú, cidade onde os casos e mortes não eram grande fonte de preocupação, começam a ficar de olhos bem abertos. Há pessoas doentes e morrendo, como aqui, como em Ciudad del Este, como nos três países da tríplice fronteira.
Há esperança? Claro, sempre há. A vacina já pintou na Argentina e o Brasil já tem planos mais concretos. Mas o Paraguai, como outros países pequenos, ainda não sabe como terá acesso às vacinas, e poderá precisar de ajuda dos vizinhos.
Ao contrário do que se imaginava há alguns meses, a pandemia não retrocedeu. Durou poucos meses o sossego de países europeus, que enfrentam agora uma onda até mais vertiginosa de casos e mortes. Com a volta de lockdowns.
Aqui, um rápido balanço. Não pra estragar o dia de ninguém, apenas para se entender como está a pandemia aqui pertinho e também no resto do mundo.
Pra não se ter surpresas e pra forçar nossos governantes a buscarem o quanto antes a imunização, especialmente dos idosos e das pessoas na faixa de risco (na qual se incluem todas as que lidam com pacientes, porque morrem muitas pessoas jovens apenas por atuar no dia a dia da luta contra a doença, em hospitais mundo afora).
Vale destacar: o Brasil bateu segundo recorde de casos, de quarta para quinta, nas 24 horas que também registraram novo recorde de mortes.
FOZ DO IGUAÇU E PARANÁ
Os dados da Vigilância Sanitária de Foz do Iguaçu, desta quinta, 7, mostravam que havia 711 casos ativos, dos quais 105 em internamento e 547 em isolamento domiciliar, com sinais e sintomas leves. A média móvel de casos diários, de 132,57 até quinta, estava em alta, na comparação com 14 dias atrás.
Foz já soma 289 óbitos. Com isso, a letalidade pela doença subiu ainda mais, para 1,50% em relação ao número de casos. Há apenas 12 dias, a taxa de letalidade era de 1,44%.
No ranking paranaense, a regional de Saúde de Foz permanece em 1º lugar em casos, com 6.544 para cada 100 mil habitantes, bem à frente da regional que está em 2º lugar, Paranaguá (4.616 a cada 100 mil) e com quase o dobro da média paranaense (3.713). Isoladamente, a situação de Foz é ainda mais grave (são 7.506 casos a cada 100 mil iguaçuenses).
Em mortes, a regional de Foz permanece numa posição péssima no ranking: 2º lugar. São 92,8 mortes a cada 100 mil moradores, atrás apenas da regional Metropolitana (97,3) e muito acima da média paranaense (70,9 óbitos a cada 100 mil habitantes).
No Paraná, os dados de quinta-feira não foram divulgados por problemas técnicos, como justificou a Secretaria de Estado da Saúde.
Na quarta-feira, 6, o Estado acumulava 427.590 casos e 7.170 mortes. Havia 1.548 pacientes internados, dos quais 759 em UTIs.
Brasil, novo recorde
A Agência Brasil noticiou que o País chegou nesta quinta-feira ao total de 200.498 mortes em decorrência de covid-19. Há ainda 664.244 pessoas infectadas em acompanhamento.
De quarta para quinta, houve 1.524 novos óbitos, o 2º dia com mais mortes notificadas durante todo o período de pandemia, perdendo apenas para 29 de julho, quando foram confirmadas 1.595 novas vítimas. Ainda há 2.543 óbitos sob investigação.
Conforme o balanço do Ministério da Saúde, o Brasil chegou a 7.961.673 pessoas infectadas desde o início da emergência sanitária. O número de casos acumulados ontem estava em 7.873.830.
Entre quarta e quinta, foram 87.843 novos diagnósticos positivos, o maior número em toda a pandemia. O dia com mais casos acrescidos às estatísticas havia sido 16 de dezembro de 2020, com 70.574.
CIUDAD DEL ESTE E ALTO PARANÁ
Em matéria publicada na quinta, 7, o jornal ABC Color informou que aumentou em 127 o número de casos ativos de covid-19, em Alto Paraná, e agora somam 814. A maior quantidade está em Ciudad del Este, capital do departamento, com 586; depois, vêm Hernandarias (89), Presidente Franco (51) e Minga Guazú (40).
Em todo o departamento, que tem 830 mil habitantes (302 mil em Ciudad del Este), a doença já provocou 322 mortes. No Hospital Integrado Respiratório, há 26 pessoas internadas na UTI para adultos, duas crianças na UTI pediátrica, 33 em enfermarias e sete em sala de reanimação.
No Paraguai, o Ministério de Saúde Pública registrou, até quinta, 112.856 contágios, desde o início da pandemia, e 2.352 óbitos.
Havia 902 pessoas internadas com covid-19, das quais 170 terapia intensiva. O governo intensifica os alertas para que a população respeite os protocolos sanitários, para que o sistema de saúde não entre em colapso.
PUERTO IGUAZÚ E MISIONES
A província de Misiones, onde fica Puerto Iguazú, que tem 1,18 milhão de habitantes, está enfrentando um incremento nos casos e mortes por covid, embora ainda seja uma das regiões menos afetadas na Argentina.
Desde o início da pandemia, foram registrados 1.827 casos, com 37 mortes. O último óbito foi registrado nesta sexta-feira, 8, em Puerto Iguazú, onde o total de mortes chegou a 7.
Só na quinta-feira, foram reportados 85 novos casos, com três óbitos. Há 546 casos ativos, com 29 internados. Desses casos, 20 são de Puerto Iguazú.
Quer dizer, com a situação de Misiones piorando, fica ainda mais difícil o governo pensar em reabrir as fronteiras com o Brasil e o Paraguai. Mas esta decisão sairá logo, isto é, se abre ou fica mais tempo fechada. Acompanhe por aqui.
Toque de recolher
Em toda a Argentina, já há 1.690.006 casos de covid-19, com 44.122 mortes, de acordo com o informe do Ministério de Saúde do país, na quinta-feira. Havia 3.559 pacientes internados em unidades de terapia intensiva.
Para tentar reduzir os contágios, o governo argentino volta a adotar restrições, entre elas o toque de recolher entre meia-noite e 6h, que só não vale para serviços essenciais. Outras medidas, com mais detalhes, devem ser anunciadas nas próximas horas.
A grande vantagem da Argentina, em relação ao Brasil, é que já iniciou a imunicação da população, com a vacina russa Sputnik V. Quando chegar o segundo lote (o primeiro foi de 300 mil doses), a intenção é imunizar prioritariamente também os professores, antes do início do ano letivo.
Pelo que o plano nacional argentino estabeleceu, primeiro foram vacinados os profissionais ligados ao setor de saúde. Em seguida, serão os agentes de segurança pública e outros que prestam serviços diretamente à população. A seguir, a população com mais de 70 anos, depois de 60 a 69 anos e assim por diante.
PANORAMA NO MUNDO
A Organização Mundial da Saúde informou que, a partir do final de janeiro, os países mais pobres começarão a receber as primeiras doses da vacina, fornecidas ela aliança pública e privada Covax. A intenção é obter até 2 bilhões de doses.
O objetivo da Covax é conseguir vacinas para 20% da população em cada país participante até o final deste ano, como informa a agência de notícias argentina Télam.
Na manhã desta sexta-feira, 8, o mundo registra 88.171.040 casos de covid-19, com o impressionante número de 1.900.990 mortes (às 11h, conforme registro do painel on line da universidade americana Johns Hopkins.
A Organização Mundial da Saúde instou a Europa a redobrar esforços para conter um forte avanço do coronavírus, atribuído a uma nova mutação mais contagiosa. A cepa, descoberta na Inglaterra, já foi detectada em 32 países da Europa.
No ranking mundial, nada mudou nos três primeiros lugares. Os Estados Unidos estão no topo, em casos e mortes, seguidos pela Índia, em casos, e pelo Brasil, em mortes (que está em 3º, em casos, enquanto a Índia está em 3º em mortes).
Embora seja o 13º em casos, o México permanece em 4º, no número de mortes. Depois, em mortes, vem a ascensão do Reino Unido, seguido da Itália, França, Rússia, Irã, Espanha e Colômbia, que ocupou o posto da Argentina (agora, o país vizinho está em 12º lugar).
Em casos, depois do Brasil, vêm Rússia, Reino Unido, França, Turquia, Itália, Espanha e Alemanha. Em 11º está a Colômbia, que superou a Argentina.
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