Está ocorrendo o “rejuvenescimento da pandemia”, mostra o estudo, como vêm sendo relatado por profissionais de saúde, que apontam maior número de jovens internados.
O que médicos e profissionais da saúde vêm relatando no atual contexto de agravamento da pandemia no país, o Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) retratou por dados em boletim publicado nessa sexta-feira, 26. O levantamento mostra aumento de casos de covid-19 entre as pessoas mais jovens.
A incidência da doença, revela a Fiocruz, está aumentando entre quem tem de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos. Para a instituição de pesquisa, o que está ocorrendo é o “rejuvenescimento da pandemia” em nível nacional, conforme dados epidemiológicos recentes.
Pesquisadores observaram uma elevação de casos na seguinte proporção:
– 565,08% de aumento entre pessoas de 30 a 39 anos;
– 626% na faixa etária de 40 a 49 anos; e
– 525,93% no público que tem de 50 a 59 anos.
Essa análise abrange os diagnósticos da doença entre as semanas epidemiológicas 1 a 10 deste ano – a décima de 7 a 13 de março. A avaliação desses dados “sugere um deslocamento da pandemia para os mais jovens. Diante desse novo cenário, os especialistas defendem a adoção de dois grupos de medidas interconectados”, expõe a Fiocruz.
O quadro vem sendo observado desde o início da segunda onda da pandemia, na primeira quinzena de novembro do ano passado. “Se observado um aumento de procura de pacientes jovens sintomáticos nos serviços de saúde. Este aumento foi maior que o verificado nas demais faixas etárias.”
Os pesquisadores sugerem “medidas urgentes, que envolvem a contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos através de medidas de bloqueio ou lockdown”. Essa decisão deve ser acompanhada de fortalecimento da estrutura hospitalar e de medidas preventivas.
No segundo grupo, são defendidas “medidas de mitigação”. A intenção é reduzir a velocidade da propagação do vírus. “Estas medidas deverão ser combinadas em diferentes momentos e a depender da evolução da pandemia no país até que se tenha 70% da população vacinada”, aponta a fundação.
A investigação publicada pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz destaca também que, mesmo com o deslocamento da ocorrência da doença entre os mais jovens, a mortalidade segue concentrada em faixas mais velhas.
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