Ministério da Saúde alerta que mortes podem se multiplicar em janeiro e fevereiro de 2022, se não for ampliada vacinação dos vulneráveis.
O Ministério de Saúde Pública do Paraguai alerta que, dos atuais dois a três õbitos por dia, em média, o país passará a registrar até 30 mortes diárias por covid-19 em janeiro e fevereiro de 2022, como consequência da terceira onda da pandemia que atinge o país.
A diretora de Vigilância Sanitária, Sandra Irala, disse que esses números podem ser reduzidos se forem vacinados a tempo os mais vulneráveis, especialmente os idosos. Segundo ela, a campanha de vacinação está avançando muito lentamente, devido à resistência dos paraguaios.
A vacinação, afirmou ainda, deve ser acompanhada da lavagem frequente das mãos, de distanciamento social e uso de máscaras cirúrgicas.
Sem essas medidas, “a projeção é o pior prognóstico”, disse a especialista.
As informações sobre a pandemia e seu epicentro em Alto Paraná são destaque dos principais jornais paraguaios, nas edições on line desta sexta-feira, 19, e também da agência oficial de notícias do governo paraguaio (Agência IP).
INTERNAMENTOS
Sandra Irala confirmou que as pessoas não imunizadas são as que mais ocupam as unidades de terapia intensiva, atualmente. “77% dos internados não são vacinados”, disse.
Nesta sexta-feira, de 44 pessoas hospitalizadas com covid-19, 34 não haviam sido imunizadas. Desses 34 pacientes não vacinados, 13 foram parar na UTI, enquanto dos não vacinados apenas um precisou de tratamento intensivo.
TENDÊNCIA
O site americano Worldometer, que acompanha semanalmente os casos e mortes por covid-19 no mundo inteiro, mostra que o Paraguai está em 126º lugar no mundo, em número de casos, e em 95º em mortes, na última semana, até quinta-feira, 18.
Embora tenha havido uma redução de casos em relação à semana anterior, os óbitos aumentaram de 17 para 20, nesta última semana, um crescimento de 18%.
ALTO PARANÁ
Pra nós, aqui da fronteira, uma preocupação a mais: a terceira onda da pandemia no Paraguai, mais uma vez, tem como epicentro o departamento de Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este, segundo o Ministério de Saúde Pública.
Nas duas fases anteriores da pandemia, foi também Alto Paraná o primeiro a registrar um aumento dos casos e mortes, como está acontecendo agora.
Nas últimas duas semanas, segundo informa o ABC Color, com base em dados do Ministério da Saúde, houve 16 óbitos em Alto Paraná, 15 em Caaguazú e 8 em Itapúa.
A causa do aumento de casos e mortes no Paraguai é a baixa imunização. Na América do Sul, o Paraguai só vacinou mais que a Bolívia. Estão imunizados com duas doses 34,7% dos paraguaios, ante 60% dos brasileiros e 61,1% dos argentinos.
E não é por falta de vacinas. O Paraguai tem em estoque 2 milhões de doses, que podem ter prazo de validade vencido se a população não procurar os postos de vacinação.
EM AULAS
Nesta sexta-feira, ainda, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciou que na semana que vem será iniciado um processo de vacinação em salas de aula, para imunizar mais de 200 mil estudantes. A campanha seguirá até sexta-feira da semana que vem, dia 26.
“Vamos procurar imunizar mais de 200 mil jovens que vão à escola nesta última etapa, antes que termine seu ciclo escolar, para que cheguem imunizados em suas casas”, disse o presidente.
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