Os casos de dengue com sinais de alarme e grave aumentaram nesta epidemia em relação às anteriores. Conforme o último boletim divulgado, foram registrados 240 casos, dos quais 213 correspondem à doença com sinais de alarme, e 26, à dengue grave. Apesar de não haver estatísticas disponíveis de outros anos, as equipes de saúde sabem que o crescimento do número de pacientes graves é notório.
No atual ano epidemiológico, iniciado em agosto de 2022, a cidade registrou 11 óbitos, dos quais dois de crianças, 45.363 notificações (casos suspeitos) e 4.908 ocorrências confirmadas. No ano epidemiológico de 2020–2021 foram 1.328 casos confirmados e quatro mortes.
Erupções e coceiras na pele podem ser indicativos da dengue com sinal de alarme. Já na forma grave ocorrem dores abdominais, náuseas, vômitos persistentes e sangramentos de mucosas, entre outros sintomas, conforme o Ministério da Saúde.
Supervisora-técnica da Vigilância Epidemiológica, Érica Ferreira de Souza diz que vários fatores contribuem para a manifestação do quadro grave da dengue, entre eles o fato de a pessoa pegar a doença mais de uma vez ou ser infectada por um tipo específico de vírus.
Ela esclarece que, apesar da chegada do inverno e de o pico da epidemia ter passado, a doença ainda preocupa na cidade. Por isso é importante as pessoas procurem um serviço de saúde caso apresentem sintomas, para fazer o monitoramento, porque o quadro pode evoluir para dengue grave. “Se teve sintomas, procure uma UBS, jamais se automedique. A dengue não é uma doença simples, é grave e pode levar a óbito”, alerta.
Sorotipo 3
Uma das preocupações dos epidemiologistas é a presença do sorotipo 3 da dengue no Paraná. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectaram o ressurgimento desse tipo de vírus no Brasil, que há mais de 15 anos não se manifestava. Três casos autóctones ocorreram em Roraima e um no Paraná, diagnosticado de uma pessoa vinda do Suriname.
A situação preocupa porque o vírus pode provocar epidemias no futuro, pois poucas pessoas contraíram o sorotipo 3, considerando que há tempos essa linhagem não se manifestava no Brasil.
As pesquisas indicam que o sorotipo 3 da dengue chegou às Américas a partir da Ásia, entre 2018 e 2020, introduzida no Caribe. No entanto, não é a mesma que já circulou no Brasil e causou epidemias no começo de 2000.
O vírus da dengue possui quatro sorotipos. A infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente.
Causada pela picada do mosquito Aedes aegypti, a dengue pode ser evitada com a limpeza de quintais e o acúmulo de água, o que impede o mosquito de proliferar-se.
Principais sintomas da dengue:
- febre alta > 38°C;
- dor no corpo e articulações;
- dor atrás dos olhos;
- mal-estar;
- falta de apetite;
- dor de cabeça;
- manchas vermelhas no corpo.
Fonte: Ministério da Saúde
Comentários estão fechados.