Área que abrange bairros como Morumbi, Jardim São Paulo e Portal da Foz, a Região Leste é a que apresenta os maiores índices de notificações para a dengue no município. A verificação é feita com base no mapa de calor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), ferramenta que realiza esse levantamento em curtos espaços de tempo.
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Por conta desse quadro, a prefeitura afirmou que irá vistoriar cinco mil imóveis nessa região até sábado, 29. A mobilização inclui a averiguação de quintais e orientações às populações. As propriedades com criadouros do mosquito Aedes aegypti serão multadas como valores que podem chegar a R$ 10,7 mil.
Conforme a gestão municipal, será a terceira ação concentrada na área leste de combate ao mosquito transmissor da dengue, chikungunya e outras doenças. Nos bairros dessa região, foram recolhidas mais de 260 toneladas de entulhos e materiais com potencial de acumular água, o que gera criadouros do vetor.
“Já orientamos a população com panfletos e entrega de sacos de lixo e estamos voltando com informações sobre o descarte correto de resíduos, a limpeza dos quintais e a remoção de criadouros”, frisa a supervisora técnica do CCZ, Renata Defante Lopes. “Dessa vez com o apoio da fiscalização para tentar resolver esse problema, que é histórico”, enfatiza.
A profissional da saúde informa que 70% dos criadouros do mosquito da dengue são os pequenos depósitos, encontrados dentro das residências. Por essa razão, as ações serão intensificadas para eliminar todos os possíveis focos, aliadas à multa, quando necessária, sanção amparada no decreto municipal que determinou situação de emergência pela doença.
Falta de planejamento
Em contraponto ao entendimento da prefeitura de que somente a iniciativa individual do morador poderia resolver o problema, o professor Walfrido Svoboda, do curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), argumenta de forma mais ampla. Em reportagem exclusiva do H2FOZ, diz que esse quadro caótico poderia ser evitado com planejamento, o que considera ser um ponto crítico da cidade.
“O grande nó crítico hoje de Foz do Iguaçu é a falta de planejamento estratégico situacional”, ressalta. Para ele, deveria existir uma estrutura específica para fazer o planejamento das políticas públicas da saúde iguaçuense. Atualmente, os setores de planejamento e gestão estão juntos. “A gestão está apagando incêndio, enquanto o planejamento tem que estar pensando”, avalia.
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