
O Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu encerrou 2024 com pouco mais de dois milhões de passageiros. Os dados, extraídos do Relatório de Demanda e Oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), mostram um crescimento de 5% em relação ao fluxo de 2023.
LEIA TAMBÉM:
Confira as apostas do trade para Foz recuperar o movimento pré-pandemia
Apesar do quarto aumento anual consecutivo, a recuperação – se tomado por base o período pré-pandemia – ainda não está consolidada no terminal iguaçuense. Na comparação com 2019, quando 2,3 milhões de passageiros embarcaram ou desembarcaram por lá, a queda é de 13,5%.
Com 2.010.530 passageiros, o aeroporto de Foz aparece na 23.ª posição entre os terminais mais movimentados do país em 2024. Foi o quarto mais utilizado na Região Sul, atrás dos aeródromos de Curitiba (São José dos Pinhais), Florianópolis, Porto Alegre e Navegantes.
Em um levantamento realizado com base em dados dos 50 aeroportos nacionais mais movimentados de 2024, Foz do Iguaçu aparece na 41.ª posição (o nono pior desempenho) na comparação com 2019. Nesse contexto, a queda mais expressiva foi a do Aeroporto Internacional Salgado Filho (Porto Alegre). O terminal fechou 2023 com 9% de déficit em relação ao pré-pandemia, mas viu essa diferença disparar para 58% devido ao seu fechamento por cinco meses em virtude das enchentes.
Avanços na vizinha Cascavel
Enquanto o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu ainda não recuperou o movimento pré-pandemia, o Aeroporto de Cascavel colhe resultados expressivos. Na comparação entre 2019 e 2024, o aeródromo registrou o quarto maior crescimento entre os 50 principais do Brasil. O aumento foi de 81,4%, saltando de 230 mil passageiros em 2019 para mais de 420 mil cinco anos depois.
Esse aumento expressivo no Aeroporto de Cascavel já está no radar da Secretaria Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu. O secretário da pasta, Jin Petrycoski, afirma: “Com certeza, muitos passageiros estão vindo para Foz do Iguaçu por Cascavel. Conversamos com operadoras de turismo que fretaram aviões de outros cantos do Brasil, que descem seus passageiros em Cascavel e depois os trazem de ônibus.”
Além disso, ele lembra que se trata de um aeroporto nacional, sem voos internacionais, o que reduz os custos de operação. “Com preços mais competitivos, o terminal conseguiu atrair rotas nacionais e hoje atinge um público de negócios”, completa.
O Conselho Municipal de Turismo (Comtur), atualmente presidido por Diogo Marcel Araújo, ressalta também os dois perfis distintos de passageiros que frequentam os terminais: “O Aeroporto de Foz do Iguaçu tem um foco muito mais voltado ao turismo, especialmente internacional, sendo um dos principais portões de entrada para visitantes estrangeiros no Brasil. Já Cascavel atende predominantemente uma demanda corporativa e regional, voltada ao agronegócio e negócios locais, o que pode explicar esse crescimento significativo.”
Por fim, Fernando Martin, atual presidente do Fundo Iguaçu e do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Paraná (Sindetur), cita o governo estadual: “Este aeroporto e outros da região tiveram investimentos e foram reformados. O Governo do Estado privilegiou a regionalização e trabalhou firme para isso.”
19 milhões de passageiros em 2039?
O Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, em sua história, nunca ultrapassou a marca dos 2,3 milhões de passageiros, com seus recordes registrados em 2018 e 2019, justamente os anos que antecederam a pandemia. No entanto, um plano diretor aprovado em 2016 previa patamares mais elevados para esse período anterior à covid-19.
O documento – contratado pelo Fundo Iguaçu, aprovado pela ANAC e publicado no Diário Oficial da União – continha, por exemplo, três horizontes de expansão para o terminal. Desse modo, para 2019 a estimativa era de cinco milhões de passageiros; entre sete e dez milhões de passageiros em 2029; e 19 milhões de passageiros em 2039.
Entretanto, Fernando Martin, atual presidente do Fundo Iguaçu, ressalta que aquela projeção era improvável: “A maioria sabia que era mais um sonho do que uma possível realidade. A ideia era de converter nosso aeroporto em um hub, mas isso nunca de fato aconteceu.”
O trade responde
Para entender a atual situação do Aeroporto de Foz do Iguaçu, o H2FOZ foi em busca de respostas e justificativas com o trade turístico. Veja o que CCR, Secretaria Municipal de Turismo e Conselho Municipal de Turismo (Comtur) falam sobre o tema:
LEIA TAMBÉM: Confira as apostas do trade para Foz recuperar o movimento pré-pandemia