Se o aquecimento da construção civil servir de indicador para o crescimento de uma cidade, Foz do Iguaçu está no rumo certo. Com o mercado imobiliário em alta, o município de fronteira mostra aumento por demanda de moradia e atrai investimentos no setor.
O boom está nas edificações verticais. Atualmente, há cerca de 15 edifícios sendo erguidos na cidade e outros lançamentos previstos. No embalo do crescimento, há escritórios, centros empresariais e espaços comerciais em construção.
“Nunca se teve uma quantidade de investimentos assim. Esse ano está superando os anteriores”, diz Jilson Pereira, empresário do setor e ex-presidente da regional do Secovi-PR (Sindicato da Habitação e Condomínios).
Entre os condomínios verticais, há prédios de 15 a 25 andares. São apartamentos cujo tamanho variam de 45 até 200 metros quadrados.
Há também oferta de apartamentos de um quarto com custo de R$ 350 mil e apartamentos de 60 metros quadrados para um casal e um filho. Para facilitar a vida dos clientes, muitas incorporadoras oferecem financiamento próprio.
Antes mais concentrados na área central da cidade, os condomínios verticais começam a se expandir para os bairros. A Vila Yolanda, Vila A, Porto Meira e região da Avenida Costa e Silva são alguns dos locais com empreendimentos em andamento.
Presidente do Núcleo de Imobiliárias de Foz do Iguaçu – Nimob e diretora de Construção Civil e do Setor Imobiliário da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu – ACIFI, gestão 2024 – 2026, Daiane Magali Schek diz que o mercado imobiliário tem passado por um período de transformação e crescimento.
Esse impulso deve-se a investimentos significativos em infraestrutura, aumento populacional e demanda por habitações modernas levando o setor a se consolidar como um dos pilares econômicos da região, diz Daiane.
Para ela, apesar de o cenário ser otimista, é fundamental que o aquecimento se estenda para outros setores, garantindo uma evolução sustentável por meio de um planejamento estratégico e investimentos contínuos em infraestrutura urbana.
“Ainda assim, as perspectivas para os próximos anos permanecem positivas, com projeções de crescimento constante e inovações que devem continuar atraindo novos investimentos”, diz Daiane.
Investimentos externos
A localização de Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina, e estratégica para atrair investidores, explica Daiane.
Ela ressalta que a valorização de moedas estrangeiras em relação ao real aumentou significativamente o poder de compra de investidores de outros países ao longo desse ano, resultando em uma maior demanda por imóveis residenciais e comerciais.
Daiane ainda frisa que apesar de o cenário ser otimista, é fundamental que esse aquecimento do mercado imobiliário se estenda para outros setores a fim de haja uma evolução sustentável por meio de um planejamento estratégico e investimentos contínuos em infraestrutura urbana.
Ainda assim, complementa Daiane, as perspectivas para os próximos anos permanecem positivas, com projeções de crescimento constante e inovações que devem continuar atraindo novos investimentos.
Daiane também salienta que as obras de infraestrutura em andamento na cidade hoje são essenciais para o crescimento do setor imobiliário. “Obras como a Perimetral Leste, a Ponte da Integração e a duplicação da Rodovia das Cataratas não apenas facilitam a mobilidade urbana, mas também elevam a valorização imobiliária em regiões estratégicas da cidade”, pontua.
Para ela, esses investimentos tornam Foz do Iguaçu mais atrativa para moradores e investidores externos.
Locações temporárias
Muitos dos novos investimentos imobiliários vêm suprir a demanda por locações temporárias, diz o vice-presidente do Secovi, Regional Cataratas, e presidente do Secovi Foz, Peter Jefferson da Luz.
A demanda por aluguéis de temporada cresce na cidade, especialmente em épocas nas quais a rede hoteleira tem maior procura, a exemplo do réveillon.
Como muitos condomínios existentes em Foz vetam esse tipo de locação, investidores viram um filão e começaram a projetar prédios para esse fim com portas codificadas e reconhecimento digital.
Peter lembra que hoje muitos turistas permanecem mais de 4 dias na cidade e há procura pelas locações temporárias . “A rede imobiliária vertical veio suprir o que o mercado estava esperando”, frisa Peter.
Outra demanda que cresce, além dos aluguéis de temporada voltados para turistas, é de pessoas que querem ficar na cidade por pouco tempo para fazer tratamento médico.