Epidemia da dengue sobrecarrega rede pública e privada de Foz do Iguaçu

Unidades de saúde e hospitais estão lotados. No Costa Cavalcanti, procura por atendimento aumentou 100%

A disparada de casos da dengue em Foz do Iguaçu sobrecarregou o sistema de saúde público e privado. O número de atendimentos está em alta e levou os hospitais a instalarem leitos para atender pacientes graves ou que precisem de monitoramento. Em um período de três semanas, o total de casos confirmados passou de 487 para 1.103.

A demora por atendimento é queixa recorrente, principalmente nas unidades básicas de saúde (UBSs) e nas unidades de pronto atendimento (UPAs). Nas redes sociais, os moradores registram reclamações constantes. A cidade vive uma epidemia, e a administração municipal decretou estado de emergência em razão da doença.

Morador da Vila Borges, Osmar França, 19 anos, esteve com a esposa, às 23h30 de segunda-feira, na UPA do Morumbi, apresentando 39 graus de febre, mal-estar e dor de cabeça. Passou pela triagem, mas não aguentou esperar e voltou para casa, por volta das 2 horas, sem atendimento.

Nessa terça, ele retornou à UPA depois do almoço, aguardou mais de duas horas, foi medicado e fez a prova do laço. “A gente acha que é falta de consideração. Viemos aqui porque não estamos bem”, disse a esposa, Ana Zorza. Ela contou ter sido a própria UBS que recomendou a eles procurarem a UPA.

Alguns pacientes deixaram a UPA afirmando não ter conseguido fazer o teste para comprovar a dengue, porque não havia material disponível na unidade.

Procura em hospitais também é alta

Para atender à demanda, os hospitais abriram leitos próprios para pacientes com dengue. No Hospital Ministro Costa Cavalcanti, o número de pessoas atendidas no pronto-socorro subiu cerca de 100%, de 130/140 ao dia para 270/280 dia, nesta semana. Os blocos de internação estão lotados.

O hospital abriu nove leitos extras para atender pacientes com dengue no pronto-atendimento, fez adequações e ampliou a escala médica. Mesmo assim há superlotação e demora, principalmente no período da tarde e início da noite.

A orientação do hospital é para os pacientes com dengue A (sem sangramento espontâneo, prova do laço negativa, sem comorbidades e risco) retornem ao ambulatório para consultas de encaixe.

Para os pacientes com dengue B (com sangramento espontâneo, prova do laço positiva, risco social ou comorbidades), o hospital faz exames no pronto-atendimento e retornos no ambulatório.

No Hospital Municipal Padre Germano Lauck foram instalados 17 leitos de fluxo rápido. Na terça, dia 21, todos estavam ocupados. Outros dez para internação estão disponíveis.

População reclama na demora do atendimento. Foto: Marcos Labanca/H2FOZ

Número alto

Em relação à demora no atendimento, a prefeitura informou, por meio da assessoria de imprensa, que a espera ocorre devido ao grande número de casos registrados na cidade.

Segundo o município, o fluxo foi reorganizado, e os casos de dengue tipo B estão sendo encaminhados ao Poliambulatório para agilizar o atendimento. A orientação para os pacientes é inicialmente procurar uma UBS. Se for necessário, é feito o encaminhamento para outras unidades.

Sintomas

Os principais sintomas da dengue são: febre, calafrio, mal-estar, perda de apetite, dor de cabeça ou atrás dos olhos, manchas avermelhadas pelo corpo, náusea, dor muscular e nas articulações.

A doença passa a ser mais preocupante se o paciente apresenta sinal de alarme, ou seja, dor abdominal intensa e contínua, sonolência, irritabilidade, diminuição da diurese, hipotermia, desconforto respiratório, vômitos persistentes, sangramento, hipotensão ou desmaio.

A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Por isso, a importância de deixar quintais limpos e evitar acumular água em casa. 

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