Descubra os sabores e a diversidade da Avenida Brasil em duas quadras

O começo da avenida em Foz do Iguaçu recebe moradores e turistas e reúne comida de vários países, como pratos árabes, bem como bares, cafés, hotéis, artesanatos e pub.

Cozinha internacional, da comida árabe à cubana, passando pelo universal hambúrguer. Restaurantes, bares, cafés, hotéis, artesanatos, serviços e até pub. Quantas cidades contam com uma diversidade assim concentrada em duas quadras? Essa é a Avenida Brasil, histórica e uma das principais vias comerciais de Foz do Iguaçu. 

Seu trecho inicial, próximo ao 34.º Batalhão, foi robustecido comercialmente pós-pandemia, sendo opção de lazer, gastronomia e diversão para moradores e turistas que vêm à cidade. Isso tudo agregado ao varejo e a uma gama de serviços, como câmbio, assistência técnica para celulares e lavanderia, por exemplo.

Entardecer em um dia de semana na Avenida Brasil – foto: Marcos Labanca

Assim, no começo da Avenida Brasil, dá para sair do jejum com tapiocas e panquecas com receita especial da cafeteria que abre cedinho, às 7h. As opções de almoço, lanche e jantar são múltiplas. Já o entardecer convida para o happy hour e à vida noturna, com chope, a brasileiríssima caipirinha e música ao vivo, como rock, MPB e ritmos latinos.  

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Sabor e diversidade

Em uma das esquinas, bem movimentada, o forte é o hambúrguer na brasa. Como relata Lázara Riveron, há quatro anos no atendimento a moradores e visitantes, entre os iguaçuenses, conta-se inclusive o público evangélico, principalmente nos fins de semana. Já os hotéis nesse trecho da avenida reforçam a presença de turistas. 

“O movimento na Brasil, fora o das lojas, é neste trecho da avenida”, frisa. “Recebemos moradores que vêm várias vezes na semana e turistas. É muito importante para a cidade receber no mesmo lugar esses dois públicos, atraídos pela qualidade e a variedade”, conforme Lázara.

Sorriso cubano para receber moradores e turistas no centro de Foz do Iguaçu – foto: Marcos Labanca

Projetando o crescimento do fluxo de turistas em Foz do Iguaçu e imbuído de contribuir para consolidar espaços ao morador da cidade, o empresário João Maria Rak, 64, abriu o pub do começo da Avenida Brasil há três anos e meio. Ele afirma que no passado, à noite e nas madrugadas, esse pedaço do centro da cidade configurava uma outra realidade. Hoje, é muito diferente, de acordo com o empreendedor. 

Ele enfatiza a integração cultural e étnica, em que é possível apreciar comida árabe e, do lado, ao mesmo tempo, sorver uma saborosa caipirinha. O empresário sonha em um dia ver a Brasil, ou parte dela, transformada em calçadão e aposta no seu desenvolvimento, tendo incluisve locado salas ao lado do pub para novos projetos comerciais.

Atendimento argentino de Carolina Chemes aliado ao empreendedorismo de João – foto: Marcos Labanca

“Nessas quadras da Brasil, temos um intercâmbio cultural muito forte e cooperação entre os empresários”, realça. “São diferentes povos, moradores e turistas reunidos em espaço a céu aberto, com as mesas na calçada e todos compartilhando de algo que só Foz do Iguaçu tem, que é essa diversidade”, conclui João.

Movimento e renda

A “redescoberta” do início da Avenida Brasil é ressaltado pela vendedora autônoma Marlene Correia, há mais de 35 anos no ramo, atuando em diferentes regiões da cidade, moradora de Três Lagoas. Ela lembra crises do passado que afastaram os turistas da área comercial da via, especialmente argentinos, e o desastre que foram os efeitos da pandemia de covid-19.

Marlene, 35 anos de vendas: “Melhor parte do centro de Foz do Iguaçu” – foto: Marcos Labanca

Hoje, portanto, comemora a variedade de estabelecimentos e hotéis cheios em boa parte do ano, em que os vizinhos portenhos são seus principais clientes. “Essas quadras da Avenida Brasil estão sendo a melhor parte do centro de Foz do Iguaçu. Que mais visitantes venham e aproveitem o que ela tem”, diz Marlene, de 60 anos.

Nem tudo são flores na Brasil

O sonho de ter o próprio negócio levou Aparecida da Silva, 62, a reunir a economia pessoal e correr riscos. Há dois anos, abriu um café na Avenida Brasil junto com a filha. Ela acreditou no potencial da área comercial, mas aponta que o poder público tem de fazer a sua parte para fomentar o movimento.

Segundo ela, além disso, é preciso melhorar a infraestrutura, pois há buracos nas calçadas – uma mulher idosa, revela, caiu em um deles recentemente. O estacionamento é problema que afeta comerciantes e o público, bem como é preciso melhorar a segurança e a iluminação, em que duas lâmpadas estão queimadas na frente de seu café, enumera.

A moradora de Foz do Iguaçu, desde 1973, porém, não economiza cobranças. “É preciso ter lugar para estacionar, poderia ser nas ruas paralelas para liberar o fluxo, com calçadas melhores para as pessoas se sentarem com as suas famílias e aproveitarem a Avenida Brasil tranquilamente”, sugere Aparecida. 

Avenida Brasil

Primeira avenida de Foz do Iguaçu, a Brasil concentra atualmente centenas de estabelecimentos comerciais e de serviços. Era chamada Rua Botafogo antes do nome atual, posteriormente, na década de 1950, e já foi de barro, de difícil acesso em dias de chuva. Nela, instalaram-se espaços icônicos que marcaram a história da cidade, como o Hotel Brasil e o Cine Star, primeiros em cada área.

Em 2006, há quase duas décadas, foi entregue a requalificação da Avenida Brasil, no trecho de 1,7 quilômetro entre as avenidas República Argentina (batalhão) e Jorge Schimmelpfeng. Assim, a obra, iniciada dois anos antes, custou na época R$ 14 milhões. A calçada foi padronizada e a via recebeu paisagismo e instalações subterrâneas.

Revitalização

Ao longo de toda a gestão municipal passada, empresários da avenida cobraram da prefeitura melhorias no estacionamento rotativo e outras, da infraestrutura à segurança e, muitas vezes, até limpeza urbana. O Núcleo Empresarial obteve recursos para a prefeitura realizar o projeto de revitalização, a partir de estudo feito pela faculdade UDC. Em 2024, contudo, o setor empresarial encheu a Câmara de Vereadores em uma audiência para pedir agilidade no projeto.

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