Caminhonetes tornam-se alvo preferido de ladrões na fronteira

Quadrilhas buscam veículos para usar no transporte de ilícitos; para evitar furto, estacionamentos passaram a usar trava.

As caminhonetes tornaram-se um dos alvos preferidos dos ladrões na Tríplice Fronteira. Com potência e desempenho de velocidade nas estradas para carregar mercadorias e ilícitos, este tipo de veículo passou a ser um dos mais procurados pelas quadrilhas que roubam automóveis.

Dados da Secretaria de Estado e Segurança Pública – SESP indicam que o número de caminhonetes furtadas em Foz do Iguaçu aumentou 64% em 2024, em relação a 2023. O saldo foi de 87 caminhonetes furtadas em 2023 e 131 em 2024.

O número de roubos, quando se usa da violência, manteve-se praticamente no mesmo patamar, com 33 casos registrados em 2023 e 31 em 2024.

Delegado da Polícia Civil, Geraldo Evangelista diz que foi registrado aumento no índice de veículos furtados na cidade, com destaque para as caminhonetes que têm alto valor de mercado são usadas principalmente por quem pretende entrar no Brasil carregando ilícitos. “Esses veículos comportam maior volume para trazer material ilícito”, frisa.

Evangelista diz que a maioria das caminhonetes são furtadas ao invés de roubadas porque há uma facilidade para se usar dispositivos eletrônicos que burlam o sistema de travamento dos veículos e acionam a ignição. São aplicativos modernos para destravar veículos, comenta.

As quadrilhas usam decodificadores de chave e até mesmo conseguem fazer cópias de chaves para acessar os veículos.

Aviso deixado em veículos estacionados no aeroporto de Foz do Iguaçu. Foto Marcos Labanca

As caminhonetes de luxo estão entre as mais visadas pelas quadrilhas. Um dos alvos preferidos são a da fabricante Toyota, com destaque da Hilux, bastante usada por motoristas brasileiros, paraguaios e argentinos.   

Em novembro do ano passado, a Polícia Civil fez operação que mirou organização criminosa especializada em roubar esse modelo de veículo.

O grupo é apontado como responsável por subtrair pelo menos 20 caminhonetes desse modelo, com prejuízo de R$ 4 milhões aos proprietários.

Estacionamentos usam travas em rodas

Para conter o furto de caminhonetes, alguns estacionamentos de Foz do Iguaçu já adotaram o uso de travas em rodas. Um deles é do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu.

Trava garante segurança aos proprietários de veículos. Foto: Marcos Labanca

Administrado pela Tarobá Construções, o estacionamento passou a ter vagas exclusivas para caminhonetes que também contam com uma trava especial instalada nas rodas do veículo.

A empresa adquiriu cerca de 30 travas que começaram a ser usadas no início de fevereiro.  A empresa diz que a iniciativa é uma prevenção ao crescente número de furtos de veículos do modelo Hilux no Brasil, alvo de uma de uma gangue que atua em diversos estados brasileiros, incluindo no Paraná.

Quando retira o veículo do estacionamento, o motorista precisar provar que é proprietário da caminhonete. Um aviso é colocado no vidro do carro com o aviso: “Prezado cliente, informamos que a roda do seu veículo foi travada por motivos de segurança”.

Na sequência, um número de contato é informado para que seja solicitada a retirada. “Será necessário apresentar o documento do veículo e demonstrar o funcionamento da chave”.

No estacionamento, é robusta a presença de caminhonetes com placas da Argentina e Paraguai.

Furto de veículos aumenta na cidade

 Em Foz do Iguaçu, o número de veículos furtados registrou um aumento de 65%, enquanto os casos de veículos roubados tiveram uma alta de quase 30%. Foram 538 furtos em 2023 e 888 em 2024, além de 207 roubos em 2023 e um total de 269 em 2024.

Para conter a alta de furtos e roubos que se mantém neste início de ano, forças de segurança estão realizando uma operação na Ponte da Amizade a fim de barrar a entrada dos carros no Paraguai, destino da maior parte deles.

Polícia faz ação para barrar disparada no furto de veículos em Foz –

O delegado Evangelista diz que um dos principais motivos na alta de furtos é o pedido de resgate dos carros, seguido pela necessidade de ter veículos para transportar ilícitos.

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