Mais da metade (52,5%) dos apartamentos em Foz do Iguaçu está alugada. Dados do Censo 2022, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 6.439 dos 12.275 apartamentos registrados na cidade se enquadram nessa modalidade.
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A taxa de imóveis alugados em Foz do Iguaçu é considerada alta e está acima da média nacional (36,8%). Das 27 capitais, apenas duas possuem taxas maiores que a de Foz: Boa Vista (RR), com 72,3%, e Rio Branco (AC), com 68,8%. Já entre as 116 cidades brasileiras com mais de 250 mil habitantes, Foz aparece na décima posição. Cascavel é a 20.ª, com 46,4%.
No contexto estadual, Foz lidera o índice entre as dez cidades mais populosas do Paraná, seguida por Guarapuava (49,2%), Cascavel (46,4%) e Maringá (45,1%). Uma curiosidade é que 109 municípios do estado não contam com apartamentos registrados no levantamento do IBGE.
O panorama de apartamentos em Foz ainda revela que 5.322 (43,4%) são próprios (dos quais, 29,7% estão totalmente quitados, e 13,7%, em fase de financiamento); 447 (3,6%) estão cedidos; e outros 66 (1,2%), classificados em outras condições.
As explicações
A alta taxa de locação em Foz do Iguaçu está relacionada a uma combinação de fatores econômicos, geográficos e culturais, conforme explica Daiane Magali Schek, presidente do Núcleo de Imobiliárias de Foz do Iguaçu (Nimob), diretora de Construção Civil e Setor Imobiliário da ACIFI, além de diretora de Locação e Administração de Imóveis do Secovi-PR.
Daiane cita o turismo e o fluxo sazonal de moradores como alguns desses fatores. “Foz do Iguaçu atrai turistas e trabalhadores temporários, principalmente ligados ao setor turístico. Esse público, em sua maioria, procura imóveis residenciais para locação, em vez de adquirir propriedades. Além disso, há a questão da fronteira, que gera um fluxo constante de estudantes, profissionais e empresários que preferem alugar imóveis devido à mobilidade inerente a esse estilo de vida”, pontua.
Embora a condição financeira seja um dos principais fatores que levam à escolha pelo aluguel, existem outros motivos que justificam essa preferência, segundo Daiane. “Uma delas é que o aluguel proporciona maior flexibilidade para mudar de residência, algo ideal para quem deseja estar mais próximo do trabalho, estudar em outras cidades ou experimentar novos bairros antes de adquirir um imóvel.”
Além disso, há outros perfis que optam pelo aluguel, como o de pessoas mais jovens em busca de independência e casais recém-casados que preferem locais menores e mais simples de manter. “Em uma cidade como Foz, que atrai profissionais de diversas partes do Brasil e do exterior, o aluguel oferece a possibilidade de uma moradia temporária enquanto novos projetos são realizados”, complementa.
Casas versus apartamentos
Quando analisamos os tipos de moradia em Foz do Iguaçu, percebemos que o percentual de imóveis alugados cai para 27,4%. Por outro lado, a maioria das residências é própria, representando 64,6% dos imóveis. Nesse grupo, uma parcela de 13,6% ainda está quitando o financiamento. Além disso, 5,7% das habitações são cedidas, enquanto 2,3% se enquadram em outras categorias.
No Paraná, Maringá lidera o índice de moradias alugadas, com 35,2% dos imóveis em regime de aluguel. A cidade é seguida por Cafelândia (34,9%), Toledo (31,6%), Marechal Cândido Rondon (31,6%) e Pato Branco (31,1%). Na outra ponta, três municípios apresentam taxas inferiores a 5%: Antônio Olinto (4,5%), Guaraqueçaba (4,6%) e Doutor Ulysses (4,9%).
Sobre a diferença entre o percentual de casas e apartamentos alugados, Daiane Magali Schek atribui o fenômeno a uma tendência nacional. “Em Foz do Iguaçu, mais de 60% das moradias são próprias, com muitos proprietários optando pela residência fixa, especialmente em bairros tradicionais e condomínios horizontais fechados. Famílias maiores, por sua vez, geralmente preferem casas, o que reduz a oferta desse tipo de imóvel no mercado. Por outro lado, os apartamentos atendem melhor às demandas de mobilidade e praticidade, sendo frequentemente disponibilizados em condomínios com infraestrutura completa – como segurança e áreas de lazer –, o que elimina preocupações adicionais para os locatários. Já as casas, em sua maioria, acabam sendo ocupadas pelos próprios proprietários”, explica.
Condições de infraestrutura das moradias
O estudo também demonstra que a maior parte das residências de Foz (43,2%) possui entre seis e nove cômodos. Outros dados importantes incluem:
- Atualmente, 12% das residências no Brasil não possuem máquina de lavar entre seus eletrodomésticos. Em algumas regiões, como dez estados específicos do país, esse percentual ultrapassa 50%. Esses estados incluem Maranhão, Piauí, Bahia, Pará, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Sergipe e Rio Grande do Norte.
- 81 moradias na cidade de Foz do Iguaçu, representando 0,1%, ainda não contam com um banheiro. Em contrapartida, um número significativo de 10.372 residências, ou seja, 10,3%, já possuem três banheiros ou mais. Essa proporção coloca Foz na oitava posição entre as cidades do Paraná no que diz respeito à quantidade de banheiros por domicílio.