Assinado pelos 15 edis, projeto de decreto legislativo está na pauta da sessão desta quinta.
Projeto de decreto legislativo unânime, de autoria dos 15 vereadores, propõe conceder ao ex-prefeito Dobrandino Gustavo da Silva o título de Cidadão Honorário de Foz do Iguaçu, principal homenagem ofertada no município com previsão em lei. A proposta está na pauta da sessão ordinária desta quinta-feira, 14, para leitura no expediente.
Os vereadores justificam a proposta fazendo uma retrospectiva pessoal e política do ex-prefeito, elencando os diversos cargos ocupados e o que consideram ser suas principais realizações em prol da cidade e da população. Citam que Dobrandino da Silva é o político que obteve o maior número de mandatos eletivos.
“Por seu histórico de vida pública, no qual se inclui a condição de primeiro prefeito de Foz do Iguaçu, eleito democraticamente pelo voto direto dos munícipes locais, Dobrandino Gustavo da Silva é também um dos políticos mais importantes da história do município”, atestam os vereadores. Segundo os edis, o nome do ex-prefeito já está na história de Foz do Iguaçu.
De acordo com a legislação, a honraria é entregue a pessoas “com reputação ilibada e conduta pessoal e profissional irrepreensíveis que tenham prestado relevantes serviços à cidade”. Também pode receber o título honorífico quem atuou “nos variados campos do conhecimento humano” e venha a merecê-lo como motivo de honra para a população.
Prefeito por duas gestões, vereador e deputado estadual por três mandatos, sendo o último concluído em 2012, Dobrandino da Silva fez do MDB uma das principais forças políticas iguaçuenses durante a redemocratização. Esse processo foi marcado na cidade com eleição direta para prefeito – vencida por ele em 1985 –, o que pôs fim à era dos interventores militares na administração municipal.
Amado e odiado no meio político, de viés populista, junto com o irmão, Altair Ferraz da Silva, o “Zizo”, constituiu um consistente grupo partidário que dominou as disputas eleitorais iguaçuense por anos. Processos na Justiça retiraram Dobrandino da Silva das urnas. A máquina política e eleitoral da família Silva, entre outros fatores, logrou eleger Sâmis, seu filho, ao cargo de prefeito em 2000.
O herdeiro eleitoral de Dobrandino foi derrotado quatro anos depois, ao buscar a reeleição, por Paulo Mac Donald Ghisi, o qual liderou até então uma inédita coligação de 17 partidos políticos, batizada de “Frentona”. Depois disso, Sâmis não voltariam a ocupar a principal cadeira do Palácio das Cataratas.
Diante do enfraquecimetno de seu grupo político, Dobrandino da Silva assistiu à filiação de Sâmis ao PSDB, partido com o qual rivalizava a cena iguaçuense desde a década de 1990, em uma tentativa de sobrevida eleitoral, sem sucesso. Dobrandino também deu apoio ao então desafeto Chico Brasileiro, que concorreu pela primeira vez à prefeitura em 2012. Mais recentemente, o caudilho local viu, ainda, o “seu” PMDB mudar de mão, passando para o controle dos velhos adversários, entre eles aliados de Chico Brasileiro.
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