Vereadores da base de Chico Brasileiro liberam mais R$ 7,6 milhões para transporte coletivo

Em maio foi aprovado repasse de R$ 3,8 milhões, seguido do reajuste do Estarfi em 100% para destinação de parte ao setor; aprovação não esperou audiência pública.

Em sessão nesta quinta-feira, 3, a Câmara de Vereadores aprovou projeto do prefeito Chico Brasileiro (PSD) que concede mais R$ 7,6 milhões em subsídios públicos ao transporte coletivo. A bancada de apoio ao gestor fez o resultado, com 10 votos a 3.

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Com o atual contrato por quilometragem, a prefeitura transfere dinheiro para a operadora do transporte coletivo. O erário arca, assim, com a diferença entre a arrecadação com a tarifa e o custo rodado, prevista em cerca de R$ 1,5 milhão.

Em maio, o Legislativo já aprovara R$ 6,6 milhões, dos quais R$ 3,8 milhões seriam subsídio à Viação Santa Clara. No mês seguinte, a prefeitura aumentou em 100% o valor do estacionamento em vias públicas, afirmando que parte da receita iria para o setor – depois, vinculando-a ao passe livre estudantil.

Placar eletrônico indica o resultado da votação – foto: Reprodução


Votaram a favor dos R$ 7,6 milhões para o transporte coletivo os vereadores Adnan El Sayed, Alex Meyer, Anice Gazzaoui, Dr. Freitas (na primeira votação, estava ausente), Edivaldo Alcântara, Jairo Cardoso, Kalito Stoeckl, Ney Patrício, Rogério Quadros e Yasmin Hachem.

Foram contra o projeto de Chico Brasileiro os vereadores Admilson Galhardo, Cabo Cassol e Marcio Rosa. O presidente da Câmara, João Morales, não vota na matéria, mas afirmou ser contra o novo repasse. Foi registrada a ausência na votação da Protetora Carol.

Vereadores da oposição questionaram a votação ocorrer antes da audiência pública agendada pela própria Casa de Leis para a população discutir os sucessivos repasses. Um pedido de vistas foi apresentado, o que adiaria a deliberação, sendo derrubado pela base do prefeito.

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A favor e contra

Na defesa da aprovação de mais uma fatia de subsídio ao transporte público, Edivaldo Alcântara garantiu, como ex-motorista, que o serviço melhorou. “Não admito falar que o transporte público está pior. Melhorou muito, é só ouvir colaboradores e usuários”, sugeriu.

Crítico do projeto, Cabo Cassol disse que não se sente confortável ao ter de explicar novo repasse público a morador que espera há três anos por uma cirurgia de catarata. “Transporte público não melhorou como a promessa. É preciso melhorar sem entrar no bolso do povo. Falta certa gestão”, analisou.

A vereadora Anice argumentou a favor do repasse por causa de gratuidades e voltou as suas críticas ao passado. “O então prefeito Paulo Mac Donald foi denunciado aqui porque ele deu um presente [anistia] para os barões do transporte público”, afirmou.

Por sua vez, João Morales argumentou que Chico Brasileiro recusou o recurso da Câmara, oferecido por 15 vereadores para custear gratuidades, e reivindicou autonomia. “Qual é o papel do parlamento? Do vereador? Não existe uma única palavra: amém, amém, amém”, cobrou.

Gratuidade a 400 mil passageiros

Em nota, a prefeitura informou que os recursos repassados pelo município ao transporte coletivo financiam praticamente todas as gratuidades. Nas contas da administração, elas representam 38% dos usuários: 414.776 passageiros gratuitos ou com descontos.

“A gratuidade no transporte coletivo é garantida a pessoas com mais de 60 anos, aposentados por invalidez e pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes”, expõe o texto. Desde julho, os estudantes passaram a contar com passe livre.

Para a prefeitura, outro benefício é a integração, “que permite a todos os usuários trocar de ônibus, em um período de até 90 minutos, sem ter que pagar por uma nova passagem”. Porém esse funcionamento não beneficia quem paga com dinheiro a passagem, precisando pagar novo bilhete nas trocas de veículos.

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1 comentário
  1. Alex Diz

    Pelo jeito o Sr. Edivaldo não anda de ônibus e nem esses colaboradores que elogiaram o sistema em Foz.
    Recomenda-se que ele tente usar o transporte coletivo para perceber as demoras absurdas durante dias úteis e os veículos lotados em horários de pico – nem vou comentar sobre o que é esperar um ônibus à noite ou no fim de semana.

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