Projeto aprovado pelo Congresso provocou violentos protestos em vários pontos do país.
Um controvertido projeto de lei que modifica o Código Penal do Paraguai, para elevar as penas por invasão de imóveis, provocou violentas manifestações em frente ao Congresso, nesta quarta-feira, 29.
Enquanto na Câmara os deputados votavam – e aprovavam o projeto -, nas imediações do Congresso houve seguidos confrontos entre manifestantes e policiais. O saldo foi de oito policiais e um manifestante feridos, além de carros queimados e danificados, informou o Última Hora.
A violência fez vítimas até entre vendedores ambulantes. Um deles, atingido por balas de borracha a curta distância, teve fratura na perna e lesões graves nos testículos. Outra jovem vendedora ambulantes também sofreu ferimentos, mas de menor gravidade, noticiou o Diario Hoy.
As manifestações, organizadas por indígenas e camponeses, se espalharam por todo o país, inclusive Ciudad del Este, onde a Ponte da Amizade foi fechada pela manhã.
Em rodovias, caminhões foram queimados e também alguns prédios públicos, entre outros atos de violência.
No final da tarde, o comando da Polícia Nacional estabeleceu “alerta de segurança 100%” no Paraguai, em vigor até nova disposição em contrário.
PRAZO AO PRESIDENTE
Os manifestantes deram prazo de 48 horas para o presidente Mario Abdo Benítez vetar o projeto, que prevê pena de prisão de até 10 anos para quem invadir uma propriedade.
Ainda no final da tarde, os indígenas se dividiram. Um grupo decidiu ficar em frente ao Congresso até que o projeto de lei seja vetado, enquanto outro grupo, depois de uma intermediação da Polícia Nacional e do Instituto Paraguaio do Indígena, voltou a suas comunidades, informou o La Nación.
“DESNECESSÁRIA”
A presidente do Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra, Gail Gina González Yaluff, afirmou que a nova lei para ampliar penas aos invasores é desnecessárias, porque já existem sanções previstas na legislação, mas que não são aplicadas na prática.
O aumento das penas, segundo ela, valeria apenas para “os pseudodirigentes camponeses”, que buscam benefício pessoal ao incentivar pessoas que precisam de um pedaço de terra a promover invasões, informou o ABC Color.
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