O juiz Hugo Michelini Júnior decidiu pela manutenção da prisão preventiva do policial penal e militante bolsonarista Jorge Guaranho. Ele será levado a júri popular pela morte do guarda municipal de Foz do Iguaçu e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda.
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A medida cumpre norma do Código de Processo Penal, explica advogado consultado pelo H2FOZ. O magistrado deve fazer a revisão do caso e analisar a necessidade ou não da detenção a cada três meses, sob risco de torná-la ilegal na ausência desse procedimento.
O réu Jorge Guaranho atirou em Marcelo Arruda quando a vítima celebrava o aniversário de 50 anos com familiares e amigos, em um clube privado que fica na região da Vila A. A decoração do evento homenageava o PT e Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje é presidente da República.
O juiz afirma que os pressupostos para a decretação da prisão permanecem, sem haver fatos novos. O “modus operandi empregado na prática do delito, demonstra sua periculosidade se posto em liberdade, além de possível reiteração da conduta”, cita a decisão.
Ao contextualizar o crime, o magistrado sugere que os fatos “demonstram que o acusado nutre um desapreço nas leis penais e no sistema criminal, bem como que acredita na impunidade”, lê-se da resolução de Hugo Michelini Júnior, da Vara do Plenário do Tribunal do Júri.
Guaranho está preso há um ano e dois meses. Ao oferecer denúncia à Justiça, o Ministério Público do Paraná enfatizou que “salta aos olhos a motivação política”, entendendo o assassinato por diferença político-partidária, ainda que a legislação não tipifique como “crime político”.
Júri popular
O Conselho de Sentença irá reunir-se no dia 7 de dezembro, às 8h30, para julgar Jorge Guaranho pelo crime de homicídio qualificado, a princípio, em Foz do Iguaçu. Em novembro, serão selecionadas 21 pessoas, das quais sete comporão o júri popular. Serão ouvidas dez testemunhas, sob atuação da defesa e da acusação.
Resgate
O servidor público Marcelo Arruda era uma liderança da categoria e integrava a direção do PT, partido pelo qual foi candidato em pleitos eleitorais. Quando celebrava o aniversário, sua festa particular foi invadida por Jorge Guaranho.
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Na noite de 9 de julho de 2022, o acusado, com a mulher e o filho ainda bebê, entrou com seu carro tocando música alusiva ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Discutiu com pessoas presentes e saiu. Cerca de dez minutos depois, retornou e efetuou os disparos que mataram Marcelo, que reagiu em legítima defesa, já baleado e caído, conforme a promotoria.
Outro lado
Em uma das audiências do caso, a mãe de Jorge Guaranho, Dalvalice Rocha, afirmou que o filho não é assassino e o que houve foi uma tragédia. “Tudo começou porque ele passou com a música do mito, o rapaz se alterou e jogou pedras”, declarou. Alegou também, na época, que o filho não se lembra dos fatos, só que estava no veículo. Já a esposa do policial penal alega que ele foi xingado no local.
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