Após adiamentos do júri, Jorge Guaranho vai cumprir prisão em casa

Família de Marcelo Arruda, assassinado pelo ex-policial penal em sua festa de aniversário, está “arrasada” com a notícia.

Apoie! Siga-nos no Google News


O sistema de Justiça ainda não foi capaz de realizar o júri do crime que causou repercussão e comoção nacional e internacional. Agora, após adiamentos do julgamento, o ex-policial penal Jorge Guaranho vai cumprir prisão em casa. Ele é réu pelo assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, que era servidor público atuante na Guarda Municipal.

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) concedeu habeas corpus que autoriza a prisão domiciliar, sob monitoramento eletrônico, atendendo a pedido da defesa. Os advogados argumentam que a medida é para que Jorge Guaranho realize tratamento de saúde.

“A decisão da Corte reconhece a urgência no atendimento médico do nosso cliente, que sofreu graves sequelas desde sua prisão. Jorge Guaranho agora poderá realizar o devido tratamento em sua residência, acompanhado por seus familiares, enquanto segue monitorado eletronicamente”, cita a nota.

Já os advogados da família de Marcelo Arruda afirmam que a família está “devastada” com a notícia. “A família da vítima já não suporta tamanho sofrimento, seja pela ausência de Marcelo, ou, ainda, por não ver o seu assassino cumprindo pena pelo crime tão brutal que decidiu praticar”, cobram. Familiares e amigos já realizaram diversos atos públicos em Foz do Iguaçu reivindicando justiça.

Guaranho foi denunciado por homicídio doloso duplamente qualificado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), que cita componentes políticos permeando o crime. O réu invadiu a festa privada de aniversário dos 50 anos de Marcelo Arruda, com decoração alusiva ao Partido dos Trabalhadores, em julho de 2022, em um clube local (relembre, abaixo).

Após adiamento em dezembro de 2023, o júri popular chegou a ter início no dia 2 de abril deste ano, em Foz do Iguaçu, mas a defesa de Guaranho abandou a sessão alegando não dispor de todas as condições para atuar, gerando nova postergação. A decisão foi vista como manobra pelos advogados de acusação.

Depois, em junho, o TJ-PR decidiu transferir o tribunal do júri do ex-policial penal bolsonarista de Foz do Iguaçu para Curitiba. O chamado “desaforamento do julgamento” foi solicitado pela defesa do réu. Em agosto, a juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler marcou a nova data do júri para 11, 12 e 13 de fevereiro de 2025.

Histórico

Marcelo Arruda comemorava 50 anos com a família e amigos, em uma festa privada, com decoração alusiva ao Partido dos Trabalhadores, do qual era tesoureiro municipal, e ao então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Jorge Guaranho, que estava em outro clube perto, invadiu a confraternização. Primeiro, conforme o Ministério Público, chegou acompanhado da esposa e do filho, um bebê.

Demonstrando estar armado, gritava “Bolsonaro” e “mito”. Após a discussão, deixou o local, retornando sozinho depois, quando praticou os disparos contra Marcelo Arruda, que revidou já baleado e em legítima defesa, segundo a promotoria, atingindo Guaranho.

LEIA TAMBÉM
3 Comentários
  1. Marco Diz

    Que vergonha! Um assassino, terrorista e bolsonarista mata friamente um cidadão que festejava o seu aniversário e, ao invés de ser punido, é premiado com liberdade restrita! Isso é um estímulo para os malucos de plantão, iguais àqueles que invadiram e depredaram Brasília-DF em 08/01/2023! Sinto vergonha profunda.

  2. Ale Diz

    Já que perguntar não ofende…a demora nesse julgamento está se dando por qual motivo? Justiça morosa ou incompetente? Legislação incoerente e cheia de falhas? Enviesamento político do judiciário? Que barbaridade!

  3. João Filho Diz

    Uma vergonha! Nosso poder judiciário é leniente e aceita medidas protelatórias impostas pela defesa dos réus. Para negar esse tido de medida protelatória e seguir com o processo é preciso que o juiz análise cuidadosamente o processo e fundamente com sólidos argumentos jurídicos a decisão negando, o que obviamente dá trabalho…então melhor é deferir o pedido e esperar a “coisa andar” e, no fim, culminar com a prescrição do processo. O Ministério Público também tem sua parcela de culpa nesse pacto de mediocridade….

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.