O vice-prefeito Francisco Sampaio (União Brasil) ingressou na Justiça com mandado de segurança e pedido de liminar para assumir a prefeitura na ausência de Chico Brasileiro (PSD), que irá à China entre 30 de novembro e 5 de dezembro. A viagem é institucional.
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Inicialmente, no ofício comunicando o afastamento temporário enviado à Câmara de Vereadores, lido em sessão, o prefeito registrou que o cargo seria transferido para o vice. Depois, enviou novo documento desfazendo a transmissão da função.
Na ação judicial, Francisco Sampaio cita que já ocupou a titularidade da gestão em três momentos. Ele exerceu o cargo de prefeito quando Chico Brasileiro foi para Dubai, em outubro de 2021; nas férias do titular, em janeiro de 2022; e na viagem à Colômbia, entre fevereiro e março deste ano.
Ele elenca esses períodos em que foi prefeito em exercício para refutar o argumento de Chico Brasileiro de que não é necessário transmitir o cargo em casos de ausências do administrator em períodos de até 15 dias. Para o vice, o motivo é político.
Torna-se “claro que as motivações, dessa vez, são tacanhas e individualistas, colocando-se acima do interesse coletivo do povo de Foz do Iguaçu em ter prefeito durante a viagem”, cita o processo judicial. “As decisões políticas urgentes não podem aguardar ao bel prazer do regresso do prefeito”, critica a peça.
O H2FOZ pediu posicionamento da assessoria do prefeito sobre a ação na Justiça, mas até o momento não obteve retorno. Publicamente, Chico Brasileiro tem dito ser possível assinar papelada de qualquer lugar, com uso da tecnologia.
O prefeito vai à China para o fórum em que serão partilhadas “ideias sobre o desenvolvimento civilizacional, bem como o diálogo e a aprendizagem mútua de culturas, entre outros temas de profundo significado”. Esse objetivo consta do ofício entregue ao Legislativo, formalizando a ausência temporária.
Sem acordo
As divergências são mais um capítulo em torno do rompimento político entre o prefeito e seu vice. Em busca da reeleição, Chico Brasileiro deu um “chega-pra-lá” no antigo vice, Nilton Bobato (PT), escolhendo Francisco Sampaio para a função, de olho no eleitor de espectro ideológico à direita.
Não tardou o rompimento, em 2021, envolvendo a priorização das primeiras vacinas contra a covid-19, o que veio a público no começo do ano seguinte, quando o vice-prefeito questionou a eficácia do passaporte vacinal obrigatório. E piorou com as eleições logo em seguida.
Francisco Sampaio concorreu a deputado estadual ano passado. Sua decisão contrariou as alianças pretendidas pelo grupo político da prefeitura, que buscava ter a primeira-dama e então secretária de Saúde, Rosa Maria Jeronymo, como a única postulante desse campo à Assembleia Legislativa.
Chico brasileiro o prefeito de Foz do Iguaçu não ganha mais a nenhum cargo eletivo.