Foz tem 3ª manifestação contra o governo Bolsonaro

Vacinação em massa e aumento do valor do auxílio emergencial foram as principais reivindicações; houve recolhimento de alimentos para pessoas em vulnerabilidade.

Vacinação em massa e aumento do valor do auxílio emergencial foram as principais reivindicações; houve recolhimento de alimentos para pessoas em vulnerabilidade.

A Unidade Sindical e Popular de Foz do Iguaçu promoveu a terceira manifestação consecutiva, em três meses, contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesse sábado, 3. Os protestos anteriores ocorreram em 30 de maio e 20 de junho, dentro da agenda nacional definida por movimentos sociais e partidos de esquerda e de oposição.

O ato público iguaçuense teve início no Terminal de Transporte Urbano (TTU), onde manifestantes se revezaram em falas, estenderam faixas e conversaram com pedestres e motoristas que passaram pela região. Em seguida, houve passeata pelas principais ruas do centro da cidade, até a Praça da Paz, na Avenida JK, espaço que vem sendo utilizado para as manifestações com frequência.

Manifestantes em caminhada pela Avenida Brasil - Fotos: Shirley Barros Felippe
Manifestantes em caminhada pela Avenida Brasil – Fotos: Shirley Barros Felippe

A vacinação rápida contra a covid-19 para a população foi uma das pautas do protesto, acompanhada da reivindicação pelo aumento do auxílio emergencial e seu pagamento enquanto perdurar a pandemia. A mobilização também reverberou as denúncias de irregularidades na compra de vacinas e condenou privatizações e a reforma administrativa, a qual afetará os serviços públicos ofertados à população, segundo os manifestantes.

No protesto, foram usadas faixas com a inscrição “vacina no braço e comida no prato”, em alusão às principais pautas defendidas. Ao som de maracatu, eram entoadas palavras de ordem como: “Fora Bolsonaro e Mourão”. Foram recolhidos alimentos não perecíveis, que serão doados a pessoas em situação de vulnerabilidade no município, de acordo com a Unidade Sindical e Popular.

No TTU, a professora universitária Fran Rebelatto afirmou que a manifestação em Foz do Iguaçu foi para mostrar a indignação com o governo Bolsonaro e denunciou o que considera ser o uso da vacina contra a covid-19 para fins de lucro. “Temos que nos perguntar todos os dias como justificar que está sendo naturalizada a morte de mais de meio milhão de pessoas”, disse.

Foram recolhidos alimentos não perecíveis, que serão doados a pessoas em situação de vulnerabilidade no município – Foto: Shirley Barros Felippe

“Como podemos aceitar que temos mais de 25 milhões de trabalhadores desempregados, desalentados, sem esperança de ter um trabalho neste país?”, indagou. “Por que o Brasil, um dos maiores produtores de alimentos, com tanta riqueza natural, pode ter tanta gente passando fome?”, complementou, com o megafone à mão.

No Paraná, as atividades políticas contra o governo central ocorreram em Curitiba e nas principais cidades do estado. Na Região Oeste, além de Foz do Iguaçu, aconteceram protestos em municípios como Toledo e Cascavel.

“Pelo poder”

Sem referir-se às manifestações, o presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais para dizer que genocídios ou ações antidemocráticas não serão apontados, fazendo uma relação com o embate político. “Nenhum genocídio será apontado. Nenhuma escalada autoritária ou “ato antidemocrático” será citado”, escreveu.

“Nenhuma ameaça à democracia será alertada. Nenhuma busca e apreensão será feita. Nenhum sigilo será quebrado. Lembrem-se: nunca foi por saúde ou democracia, sempre foi pelo poder!”, completou Bolsonaro.

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