Por volta das 10h desta quinta-feira, 23, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) confirmou que Foz do Iguaçu superou 200 mil eleitores. Com essa marca, a eleição para prefeito passa a ter o critério para decisão em dois turnos no pleito de 2024, se nenhum candidato somar mais de 50% dos votos.
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Hoje, além da capital, Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e São José dos Pinhais têm o requisito para disputas majoritárias em primeiro e segundo turnos. O município iguaçuense passa a integrar essa lista com 200.013 eleitores aptos, conforme atualização dos dados nesta manhã.
À imprensa, o juiz eleitoral em Foz do Iguaçu Ariel Nicolai Cesa Dias explicou que são feitos cerca de 400 novos cadastros por mês na cidade. Com efeito, considerando eventuais exclusões, o magistrado estima que serão pelo menos 202 mil eleitores iguaçuenses no próximo pleito.
Por zona eleitoral, a distribuição é a seguinte:
- 46.ª: 77.347 eleitores.
- 104.ª: 70.869 eleitores.
- 147.ª: 51.797 eleitores.
A possibilidade de segundo turno não impacta somente o contingente de eleitores. Exige mudanças nas estratégias de partidos políticos e de postulantes ao Palácio das Cataratas, em que ganham relevância fatores como eventual pulverização de votos e projeções de alianças ao segundo escrutínio.
Hoje, Foz do Iguaçu poderia ter na disputa ao Executivo dois ex-prefeitos, Paulo Mac Donald Ghisi e Sâmis da Silva, além de postulantes de diversos estratos ideológicos e partidários. Até agora, em três décadas, apenas três prefeitos foram eleitos obtendo mais da metade dos votos.
Cientista político analisa o novo cenário eleitoral em Foz
O que muda no cenário eleitoral de Foz do Iguaçu com a possibilidade de segundo turno? Grupos políticos e partidos podem ganhar ou perder? E a implicação ao eleitor? O cientista político Dr. Lucas Mesquita avalia o novo quadro com exclusividade para o H2FOZ. Ele é professor de pós e de graduação em Relações Internacionais na Unila.
Partidos e definição de candidaturas
Os partidos políticos podem buscar, para o primeiro turno, como ocorre em cidades nas quais o segundo turno já acontece, lançar candidatos de forma individual, pois não há uma preocupação tão forte com a vitória em um único turno. Isso, inclusive, pode aumentar a capacidade de barganha no segundo turno.
Estratégia dos partidos no primeiro turno
As alianças tendem a ser pensadas não só para a vitória em um primeiro turno, mas passam a ter o horizonte do segundo turno. Os partidos podem “testar” sua capacidade eleitoral antes de se juntarem em alianças.
Voto consciente e ideológico
Com essa tendência de mais partidos lançarem candidatos, há o possível aumento da diversidade entre candidatos, o que leva ao voto consciente/ideológico. Inclusive, mais candidatos de espectros ideológicos podem participar do processo eleitoral.
Voto útil
Em todas as eleições há a tendência do voto útil no segundo turno, justamente por se ter dois candidatos e ser o turno final da eleição.
Teste no primeiro turno
O primeiro turno pode servir aos partidos/candidatos para pelo menos dois objetivos. O primeiro é ser um espaço de proposição, publicização e posicionamento com relação a determinadas pautas. E, segundo, pode servir como um “teste” para mensurar o potencial eleitoral.
Cumprimento de promessas
A capacidade de governo não somente está relacionada às alianças em primeiro ou segundo turnos, e sim com o pós-eleição. As alianças, inclusive, podem mudar no pós-eleitoral.
Forças beneficiadas
O segundo turno não acarretará benefícios para determinados grupos políticos da cidade, pois eles já estão envolvidos, fazem parte da política local.
Impacto na vereança?
Creio que o impacto [segundo turno para prefeito] seja menor para as eleições a vereador, pois como a mudança é para o Executivo as características da concorrência dessas eleições se manterão. Lógico que em caso de segundo turno haverá uma tendência de busca de apoio dos vereadores, principalmente os mais votados, para a formação de alianças.
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