Enio Verri avalia primeiro ano de gestão à frente da Itaipu Binacional

Transição energética, investimentos, Anexo C, tarifa e abertura da segunda ponte foram pontos da prestação de contas.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, apresentou uma prestação de contas do primeiro ano à frente da gestão da usina, em evento para profissionais da imprensa, nesta semana. A diretoria atual foi empossada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 16 de março de 2023.

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O dirigente pontuou ações e respondeu a perguntas de jornalistas. A contribuição da empresa no processo de transição energética, investimentos em Foz do Iguaçu e nas demais cidades do Paraná, a abertura da segunda ponte, assim como a negociação em torno do Anexo C e da tarifa de energia elétrica, com o sócio Paraguai, foram alguns pontos abordados.

Enio Verri afirmou que a Itaipu continua tendo papel estratégico para garantir o suprimento de energia elétrica para todo o Brasil, ainda que tenha havido a ampliação da oferta da geração solar e eólica, o que considerou ser positivo. Detalhou o projeto-piloto da binacional na produção fotovoltaica e os investimentos para fomentar o hidrogênio verde.

Na sua exposição, defendeu como importante a ampliação da área de atuação da usina, que passou de 55 para 434 municípios, abrangendo todo o Paraná e outras 35 cidades do Mato Grosso do Sul. “Estamos fazendo R$ 2,3 bi em investimentos, em programas sociais e ambientais, sendo R$ 1 bilhão em Foz do Iguaçu”, contabilizou Enio.

Anexo C e tarifa

Ao responder a perguntas, o diretor-geral brasileiro da Itaipu diferenciou as tratativas do Anexo C, marco legal de constituição da usina, da negociação sobre a tarifa de energia elétrica, que é anual. O primeiro item, disse, será posto em pauta por órgãos ministeriais do Brasil e Paraguai, em que a empresa terá papel de assessoramento.

Em relação à tarifa, Enio Verri argumentou que negociações mais ou menos demoradas ocorrem todos os anos, mas que agora a pauta ganhou mais visibilidade porque o presidente do Paraguai, Santiago Peña, assumiu a negociação pelo país vizinho. O pano de fundo é a destinação de um volume maior de recursos, já que a Itaipu quitou a sua dívida da obra no começo do ano passado.

“A relação entre os dois países é muito tranquila, mas é claro que há interesses distintos. O Paraguai vende o excedente de energia para o Brasil, portanto quer a energia mais cara possível. Nós queremos que a nossa energia seja repassada para a população o mais barato possível”, expôs. “Mas achamos que em breve teremos um acordo”, realçou.

Conforme admitiu, essa negociação afeta a definição de investimentos estratégicos, que são grandes projetos, sem interferir no funcionamento da Itaipu. “Temos um acordo provisório que nos permite tocar a empresa com toda a normalidade, com a manutenção de investimentos, pagamento da folha e de fornecedores”, salientou Enio Verri.

Segunda ponte

Questionado sobre a abertura da Ponte Internacional da Integração Brasil–Paraguai, o diretor atribuiu essa responsabilidade ao Governo do Paraná. Segundo ele, já foi depositado todo o recurso necessário para o término da obra, que liga Foz do Iguaçu a Presidente Franco. A ponte está concluída, mas faltam as obras complementares, como a Perimetral Leste.

“A Itaipu não constrói, tem parceria com o Governo do Estado, que é o responsável pelas obras. Entretanto, a empreiteira contratada pelo governo não está dando conta”, apontou. “O estado tem que responder pela entrega o mais rápido possível. Está muito atrasado, e isso não é bom para a economia da região. E o Paraguai tem nos cobrado muito sobre essa ponte”, concluiu.

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