O Governo do Paraná oficializou a venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel) na B3, em São Paulo, nesta segunda-feira, 14. A operação gerou até agora R$ 2,6 bilhões ao estado, que conforme a gestão serão usados em habitação, educação, infraestrutura e sustentabilidade.
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Com o processo, a Copel foi transformada em uma corporação. A participação do estado na empresa será reduzida dos atuais 31,1% para 15,6%, com o ente público tendo direito de poder de veto em determinadas decisões e investimento mínimo na distribuição de energia.
Premiada pela excelência e reconhecida por sua função para o desenvolvimento econômico e social, a Copel é a maior do estado, criada em 1954. A companhia atende diretamente a 4,5 milhões de unidades consumidoras em 394 municípios e 1.113 localidades.
Para o governo, privatizada, poderá investir mais, com foco de geração e distribuição de energia, mantendo programas sociais. Por outro lado, críticos apontam risco de aumento do preço da tarifa cobrada da população e piora da qualidade do serviço.
“A partir de agora, com essa modernização, estamos tirando ela das amarras burocráticas, acabamos com as indicações políticas”, disse o o governador Ratinho Junior durante a cerimônia na bolsa. “Ela passa a ser uma empresa que vai ter condições de, nos próximos anos, se tornar uma das três maiores empresas de energia do país”, defendeu.
Copel, patrimônio público
O governador é cobrado pelo fato de não ter pactuado a venda da Copel durante a campanha eleitoral que o reelegeu. Na Assembleia Legislativa do Paraná, o projeto tramitou apressadamente, aprovado 38 votos a 14, resultado do primeiro turno da votação.
Durante a tramitação do projeto, o presidente do Sindicato dos Eletricitários (Sinefi), Paulo Henrique Zuchoski, o PH, criticou a privatização. Um dos pontos que enfatizou ao H2FOZ, na época, é o risco de aumento na conta.
“A Copel e o consumidor paranaense tendem a ser as novas vítimas dessa lógica perversa de repasse do patrimônio, criado a partir de recursos públicos, para uma casta de operadores do mercado”, analisou PH. Para ele, o interesse público não estará em primeiro lugar nos objetivos da companhia.
Na Justiça
Deputados da Frente Parlamentar das Estatais informaram que irão ao Supremo Tribunal Federal para impedir a desestatização. Também pretendem entrar com mandado de segurança contra decisão recente do Tribunal de Contas do Paraná que liberou o andamento do processo.
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