A polpuda cifra que a Itaipu Binacional paga em royalties para Foz do Iguaçu deveria ser utilizada majoritariamente no desenvolvimento da cidade, com visão de futuro. Até o ano passo, no entanto, mais da metade do dinheiro recaia a apenas duas secretarias, usada em custeio.
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Faltou dinheiro? Aos empréstimos. A Câmara de Vereadores deu tramitação ao Projeto de Lei n.º 130, do prefeito Chico Brasileiro (PSD), para a cidade contrair crédito de R$ 37 milhões da Caixa Econômica Federal, que seriam para infraestrutura, equipamentos públicos e aquisição de áreas.
O gestor pede urgência na análise. A matéria foi lida na sessão extraordinária desta quinta-feira, 21, seguindo para exame das comissões. Caberá aos vereadores dizerem sim ou não à aprovação da nova “pendura” do poder público iguaçuense.
Empréstimo
“Esse crédito é para que seja beneficiada as nossas cinco maiores regiões da cidade, com obras de infraestrutura e com equipamentos públicos”, disse o líder de Chico Brasileiro no Legislativo, vereador Alex Meyer (PP). O dinheiro, se aprovado, virá do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa).
As contas públicas da gestão municipal são questionadas permanentemente pela oposição. “O município está falido, sem capacidade de investimentos”, alfinetou o vereador Marcio Rosa, quando questionava a transferência de dinheiro público à empresa do transporte coletivo.
Recentemente, a prefeitura aprovou novo crédito para subsidiar o setor, de R$ 7,6 milhões. Desse montante, mais de 92% – R$ 7,1 milhões – tiveram os royalties da Itaipu Binacional como fonte dos recursos. Financiamento para pavimentação e aumento de impostos municipais também são pauta de críticas da sociedade civil e de opositores políticos a Chico Brasileiro.
Empréstimo anterior
Há dois anos, em setembro, a bancada do prefeito na Casa de Leis já aprovara R$ 30 milhões em empréstimos por meio do mesmo Finisa. Eram R$ 20 milhões em 2021 e o restante do valor para 2022. Na ocasião, coube ao então líder da administração, vereador Kalito Stoeckl (PSD), defender o “papagaio” oficial.
“Esse financiamento é sinal de que as contas públicas estão sendo bem geridas, a gestão municipal tem nota boa, senão o banco não liberaria”, argumentou Kalito na época. Como garantia, Foz do Iguaçu empenhorou a cota-parte do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
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